Regresso ao bairro fantasma de Varosha

Regresso ao bairro fantasma de Varosha
Direitos de autor Nedim Enginsoy/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Nara Madeira
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Foram obrigados a abandonar o bairro onde nasceram há 46 anos. Um grupo de gregos-cipriotas regressa ao bairro fantasma de Varosha, em Chipre.

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A praia de Varosha, em Famagusta, hoje na parte turca de Chipre, foi há muitas décadas o destino turístico mais importante do país, uma espécie de Saint Troppé em versão cipriota, até porque recebia muitas celebridades mundiais. Elizabeth Taylor, Richard Burton, Raquel Welch e Brigitte Bardot passaram por aqui. 

Mas a invasão turca de 1974 mudaria o destino do bairro e dos seus habitantes. Hoje é um lugar fantasma, dos tempos áureos resta apenas o extenso areal e o mar.

Pavlos Lacovou, 65 anos, nasceu ali, mais precisamente no Hotel Florida. O avô implementou esta unidade hoteleira que passou depois para o seu pai. Mas tudo mudou com a chegada dos militares turcos:_ "este era o nosso bairro. Eles destruíram tudo. Não deixaram nada. É muito difícil. Muito, muito difícil"_. Nada deixaram e fecharam o bairro, até agora.

O bairro está abandonado e é apenas permitida a entrada a militares turcos e pessoal das Nações Unidas. Mas uma exceção foi aberta, pela Turquia, que permitiu a seis antigos habitantes, entre eles Pavlos Lacovou, que poderia ser hoje proprietário de um hotel, e Anna Marangou, sobrinha de um antigo livreiro reputado da cidade, revisitarem uma parte roubada da sua vida, quarenta e seis anos depois.

Anna Marangou, explica que havia muito turismo: "O Paul Newman filmou, no porto de Famagusta, o filme" Exodus". Os hotéis atraíam celebridades, como Seferis e Elitis. Lembro-me do meu pai, teria os seus cinquenta anos, vestido com aqueles fatos de banho dos anos 50/60. Memórias de parar o coração, desta área aqui onde viviam pessoas. O povo de Ammochostos não vivia longe do mar. É muito duro".

Duro, principalmente, porque eram ainda crianças ou jovens, que se viram obrigados a partir, provavelmente, sem perceber porquê.

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