A apresentação decorreu em Lefkara, na presença do presidente Nicos Christodoulides.
O logótipo da presidência cipriota do Conselho da União Europeia, que começa a 1 de janeiro, é inspirado no bordado de Lefkara. É composto por 27 elementos, tantos quantos os Estados-Membros da UE, criados pelo designer gráfico Marios Kourooufexis.
O evento de apresentação do programa aconteceu em Pano Lefkara e foi organizado pelo Secretariado da Presidência Cipriota da UE na presença do Presidente da República de Chipre, Nicos Christodoulides.
A presidência cipriota promete trabalhar em prol de uma "União autónoma e aberta ao mundo", afirmou Christodoulides.
Neste contexto, referiu que a presidência se baseará em cinco pilares interligados. Descreveu este como um marco importante para o presente e o futuro da República de Chipre. "Em 10 dias, assumimos um papel institucional e uma responsabilidade perante a Europa, os nossos concidadãos, os nossos filhos" para o futuro, afirmou, referindo que "atualmente o coração da Europa bate mais alto em Chipre, o extremo sudeste da Europa, o último Estado-membro da Europa sob ocupação" (referindo-se à ocupação turca da parte norte da ilha).
"Não é por acaso que nos encontramos hoje em Lefkara", afirmou, referindo que se trata de um local que simboliza a criatividade, a tradição e a extroversão intemporal do país.
Chipre "está pronto para liderar. Para se tornar, durante seis meses, a voz dos 27 Estados-Membros. Para liderar, coordenar, negociar como intermediários honestos, ultrapassar as diferenças e fazer avançar ainda mais a integração europeia. Com confiança, com orgulho", acrescentou.
Christodoulides referiu que a presidência cipriota surge numa altura de intensos desafios geopolíticos, que põem à prova a resiliência da UE, a sua unidade e coesão. A UE "não tem medo dos desafios, encara-os como oportunidades e está sempre a avançar. Não tem medo, adapta-se, reforça-se e avança. Esta é a maneira europeia, de fazer as coisas", afirmou.
O chefe de Estado cipriota salientou ainda que todas as políticas que a presidência irá promover nos próximos seis meses se baseiam em cinco pilares interligados: autonomia através da segurança, defesa, preparação e autonomia através da competitividade. O terceiro pilar é uma União aberta ao mundo que é autónoma, o quarto é uma União autónoma de valores para todos e o quinto é um orçamento necessário para apoiar uma UE autónoma.
Prioridades da presidência cipriota
Com base nos pilares acima referidos, o Presidente da República delineou as prioridades em que se centrará a Presidência cipriota.
No domínio da segurança e da defesa, apoiará as principais iniciativas europeias e promoverá a rápida implementação do Livro Branco sobre a Defesa Europeia e do Roteiro para a Preparação da Defesa até 2030.
No que se refere à autonomia através da competitividade, o presidente afirmou que a presidência cipriota irá promover a simplificação administrativa e uma maior integração europeia. "A Presidência cipriota irá trabalhar no sentido de reforçar a segurança energética, o fornecimento e as rotas alternativas e os preços acessíveis", afirmou.
A presidência cipriota promete também reforçar as infraestruturas de interconectividade energética e os investimentos em tecnologias limpas e inovadoras, ao mesmo tempo que promoverá a conetividade regional, centrando-se em estratégias para os portos e a indústria marítima, reforçando a soberania digital e reduzindo as dependências externas e a redução sustentável das emissões de gases.
No âmbito do pilar "Europa aberta ao mundo", a presidência cipriota promete esforçar-se por reforçar as capacidades estratégicas da UE e o seu papel na definição dos desenvolvimentos internacionais, mantendo-se plenamente empenhada na cooperação. Referiu-se, em particular, à Ucrânia, à Moldova, aos Balcãs Ocidentais e à Turquia. Observou que a presidência está plenamente empenhada em fazer avançar a agenda do alargamento de forma credível para obter resultados tangíveis. Indicou que a Ucrânia seria uma prioridade fundamental, continuando a promover o apoio diplomático, político, económico, militar, energético e humanitário da UE a este país.
No que se refere ao quarto pilar, uma União de valores autónoma, Christodoulides afirmou que a presidência cipriota irá trabalhar para reforçar o Estado de direito em toda a UE. Centrar-se-á também na habitação a preços acessíveis, promovendo a implementação do plano europeu relevante. Afirmou ainda que apoiará a implementação da Estratégia Anti-Pobreza, com iniciativas que proporcionarão alimentos seguros e de qualidade para todos. Outra prioridade é a proteção das crianças e a garantia de um ambiente online seguro através do Plano de Ação da Comissão contra a intimidação em linha. Promoverá também a igualdade de género e combaterá todas as formas de discriminação, políticas favoráveis aos jovens e centrar-se-á nas políticas de saúde mental.
Por último, no que se refere ao quinto pilar, que diz respeito ao orçamento, Christodoulides referiu que a presidência cipriota irá avançar com as negociações sobre todos os dossiês legislativos para o Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034 proposto, com o objetivo de apresentar em junho um quadro de negociação maduro com valores indicativos.
Chipre assume a Presidência do Conselho da União Europeia em 1 de janeiro de 2026 por seis meses, num momento crítico em que a guerra na Ucrânia continua e a Europa enfrenta sérios desafios geoestratégicos e frentes abertas, como a agricultura e o acordo com o Mercosul.
Vídeo da apresentação da Presidência cipriota do Conselho da UE: