Presumível autor do crime abatido pela polícia, autoridades já detiveram nove pessoas para interrogatório
França está em estado de choque com a morte de Samuel Paty, um professor assassinado por ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula em que abordou precisamente a liberdade de expressão. Alunos e pais prestaram este sábado uma derradeira homenagem junto à escola onde a vítima ensinava. A intolerância religiosa já provocou mais de 250 mortes no país nos últimos cinco anos. Para o governo, o medo não pode vencer.
De acordo com o ministro da Educação, "o medo não é a nossa religião e não temos de ter medo". Para Jean-Michel Blanquer, "é compreensível e legítimo que alguém possa sentir receio tendo em conta os acontecimentos" mas "devemos lutar contra esse sentimento e ninguém se deve sentir sozinho".
O crime macabro foi descoberto na tarde de sexta-feira, quando a polícia encontrou um corpo decapitado na rua em Conflans-Sainte-Honorine, um subúrbio de Paris. O presumível autor, um jovem de dezoito anos de origem russa e com antecedentes de delinquência, foi abatido pela polícia, que já deteve igualmente nove pessoas próximas para interrogatório.
A investigação é liderada pela Unidade Nacional de Antiterrorismo, Jean-François Ricard já adiantou que "o autor do ataque foi visto diante da escola na sexta à tarde e pediu a alguns alunos para lhe indicarem a futura vítima" e que "a primeira análise do telefone permitiu encontrar o texto da reivindicação do crime".
Além das homenagens espontâneas, o governo francês já anunciou que será feita uma homenagem nacional à mais recente vítima do extremismo religioso.