Eurodeputados aprovam reforma da Política Agrícola Comum

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De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey
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Começam agora novas rondas negociais com os governos dos 27 países da União Europeia para afinar o uso dos fundos europeus para agricultura, no valor de 336 mil milhões de euros, até 2027.

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Reduzir a utilização de pesticidas e atribuir um quarto das terras agrícolas europeias à produção biológica são duas alterações de fundo na Política Agrícola Comum, que absorve um terço do orçamento da União Europeia.

O Parlamento Europeu aprovou, sexta-feira, um pacote de medidas com base em propostas da Comissão Europeia, para serem depois negociadas com os governos dos 27 países.

Entre elas estão aplicar:

  • 10% das verbas para proteger a biodiversidade da paisagem rural
  • 35% das verbas para medidas que diminiuam os impactos da agricultura no clima
  • Pagamentos diretos para produção biológica

A bancada dos verdes, no entanto, queria ainda maior ambição a nível da sustentabilidade ambiental.

“A agricultura contribui, atualmente, para grande parte dos problemas ambientais devido à agricultura industrial e à criação de gado em massa, mas poderia passar a ser parte da solução. A agricultura pode ajudar a absorver gases poluentes nos solos, se se substituírem os fertilizantes artificiais por variantes naturais. É algo com enorme potencial para apoiar a meta de atingir a neutralidade climática, mas essa oportunidade voltou a ser desperdiçada agora", disse Thomas Waitz, eurodeputado austríaco.

Papel do consumidor

A bancada de centro-direita considera que os agricultores sairão beneficiados.

"Às vezes tenho a impressão que em Bruxelas só se fala da agenda ecológica, mas essa não poder ser a única dimensão a ter em conta porque a política agrícola sempre teve uma importante dimensão económica. É preciso alcançar um equilíbrio entre os interesses dos agricultores, por um lado, e os interesses dos consumidores, por outro lado", afirmou Herbert Dorfmann, eurodeputado italiano.

"A propósito, penso que existe uma grande responsabilidade por parte dos consumidores porque não podem estar sempre a exigir alimentos produzidos de forma mais sustentável, porque mais biológica e local, mas depois no supermercado querem encontrar a comida ao preço mais barato que for possível. As coisas não funcionam assim". acrescentou Herbert Dorfmann.

Voto sobre nomes de alimentos

Os eurodeputados rejeitaram uma proposta da agroindústria para impedir o uso de termos associados a carne, tais como hambuguer ou salsicha, nas variantes vegetarianas que usam cereais.

Já nos produtos láteos, a regra é a oposta: não podem ser chamados iogurte ou manteiga se não forem feitos de matéria- prima animal.

Começam agora novas rondas negociais para afinar o uso dos fundos europeus para agricultura, no valor de 336 mil milhões de euros, até 2027.

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