EUA divididos e armados. Milícias saem às ruas antes das eleições

No estado norte-americano do Kentucky, ninguém estranha ver nas ruas gente armada. Divididos pela cor da pele, ou pela ideologia, todos dizem, no entanto, estar ali para ajudar.
Em ano de eleições nos Estados Unidos da América (EUA), as animosidades no país andam acesas pela mão armada de pessoas sem qualquer qualificação para a aplicação da lei.
Quando os protestos pacíficos em Kenosha, no Wisconsin, se tornaram violentos, os manifestantes do Black Lives Matter culparam forças extremistas externas de boicotar o movimento e incendiar um bairro predominantemente negro.
Eric Oertle, comerciante local, defende que "não foi o povo desta comunidade que fez isto! As pessoas aqui à volta são boas!" e que todos convivem pacificamente. "Pretos, brancos, hispânicos, nós damo-nos bem!", reforça.
No entanto, a campanha de Donald Trump está a culpar diretamente o movimento pela violência, acenando com a bandeira da lei e ordem e responsabilizando Joe Biden pelo caos social
Paru Shah, professora de ciências políticas na Universidade de Milwaukee, revela que "o apoio ao movimento Black Lives Matter diminuiu, desde o ser auge, atingido este verão" e que a mensagem está a conquistar eleitorado para Donald Trump.
Milícias nas ruas
A intervenção de milícias é agora mais uma acha para a fogueira de violência.
Kyle Rittenhouse, um adolescente que alega ter vindo de outro estado para proteger a propriedade, é acusado de matar dois manifestantes em Kenosha.
Nem por isso deixa de ter apoiantes entre os locais.
"Devia ter havido muito mais gente como aquela pessoa, aqui, naquela noite", defende Eric Oertle.
Para outros, como Chancey Body, a situação está já fora de controlo. "Honestamente não sei quando é que toda esta loucura vai parar", lamenta.
Os membros das milícias, conhecidos como "Guardiães do Juramento" já avisaram que vão estar presentes no dia das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Como sempre, armados.