Europa não pode ficar à espera de Biden

De Joe Biden uma boa parte da comunidade internacional, Europa incluída, espera-se mais mas é preciso manter os "pés assentes na terra". Se o presidente eleito se comprometeu, antes mesmo de vencer as eleições, a voltar a assinar o Acordo de Paris, e se é certo o fim da tensão vivida entre a União Europeia e a administração Trump, a verdade é que os interesses dos EUA estarão sempre em primeiro lugar.
Hall Gardner, professor de Política Internacional, explica que Joe Biden não defenderá os interesses dos EUA _"_da mesma forma que Trump". Mas deixa um aviso à Europa: _"_a Europa precisa de trabalhar para ter uma defesa mais forte, precisa de unificar-se, de ter um núcleo franco-alemão, realmente, a liderar o caminho para uma maior unidade europeia", explica o professor.
A postura de Biden e de Trump face às instituições internacionais é muito diferente, o atual chefe de EUA chegou mesmo a abandonar a Organização Mundial de Saúde e a UNESCO, mas a Europa precisa de agir, mesmo com Biden.
Jamie Shea, ex-vice-secretário assistente da NATO expica que os europeus não devem esperar pelo dia 20 de janeiro, o da tomada de posse do próximo presidente dos EUA, mas devem apresentar, no período de transição, "ideias sobre como ajudar os Estados Unidos a resolver alguns dos problemas internacionais mais urgentes, problemas de segurança. Portanto, por um lado, Biden vai envolver-se, totalmente, com a NATO mas, por outro lado, ele vai esperar que os europeus façam mais".
Na NATO Trump defendeu um aumento do investimento na Defesa, por parte dos seus parceiros daquela a que chegou a apelidar de "obsoleta", a Aliança Atlântica. De Biden espera-se uma postura mais diplomática, mais conciliadora e de reconstrução das relações crispadas e quebradas pelo atual ocupante da Casa Branca.