Um presidente em exercício alheado Vs. um presidente eleito preocupado

Donald Trump e Joe Biden tem duas formas distintas de enfrentar a Covid-19
Donald Trump e Joe Biden tem duas formas distintas de enfrentar a Covid-19 Direitos de autor AP Photo/Evan Vucci/ /Carolyn Kaster
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De  Francisco MarquesJack Parrock
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Epidemia de Covid-19 agrava-se nos Estados Unidos em plena semana eleitoral, com Donald Trump mais preocupado em manter-se no poder do que em controlar o SARS-CoV-2

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Numa semana decisiva para o futuro dos Estados Unidos e com um presidente em exercício mais preocupado em não conceder a residência na Casa Branca, os norte-americanos enfrentam uma epidemia que só nos últimos cinco dias colecionou mais de 100 mil novas infeções diárias. O equivalente a mais de meio milhão de novos casos em menos de uma semana.

O presidente eleito Joe Biden anunciou o arranque dos trabalho pré-mandato com a criação já esta semana de uma equipa especial de peritos para começar no controlo do SARS-CoV-2 assim que tomar posse da Casa Branca a 20 de janeiro.

Olhando ao que tem acontecido este ano nos Estados Unidos, Joshua Sharfstein, da Universidade John Hopkins, considera que "não tem havido um plano nem uma estratégia nacional forte" para combater a epidemia.

"A somar a isso, a comunicação tem sido muito confusa. Um dia alguém diz 'usem máscara' e o presidente vem e diz-nos 'não precisam de usar máscara'", alega este membro da universidade norte-americana, hoje em dia famosa pelo mapa mundo dos contágios conhecidos desde que este novo coronavírus foi registado pela Organização Mundial de Saúde a 31 de dezembro na China.

A Universidade de Stanford revelou um estudo onde ressalta o receio de que os comícios realizados por Donald Trump juntando pelo país fora milhares de apoiantes, sem máscara nem distanciamento social, possam ter sido focos para centenas de milhares de infeções.

Mas também as multidões a celebrar a vitória de Joe Biden sem qualquer distanciamento social podem vir a agravar o quadro de contágios do SARS-CoV-2, numa altura em que mais de 230 mil pessoas já morreram nos Estados Unidos com Covid-19.

"A céu aberto, o risco de infeção é muito, muito mais baixo e muitas pessoas, mesmo quando estão na rua, usam máscara se estiverem rodeados de outras pessoas. Por isso, a mim, isso não me preocupa tanto. Em termos de comícios, as coisas variam muito. Os que aconteceram em espaços fechados deixam-me francamente muito mais preocupado pelas pessoas que lá estavam", disse à Euronews Joshua Sharfstein.

A Organização Mundial de Saúde tem vindo a realizar a assembleia anual à qual o presidente eleito promete fazer regressar os Estados Unidos, revertendo o afastamento ordenado por Donald Trump, por alegado favorecimento da China.

"Esta semana, o presidente ainda em exercício celebrou o anúncio da potencial descoberta de uma vacina contra a Covid-19, mas pela maioria das últimas publicações no Twitter Donald Trump parece mais preocupado com os processos legais para se manter no poder. Joe Biden , por outro lado, tem vindo a alertar para um inverno agressivo, mas garante estar preparado para atacar o vírus assim que assumir a presidência", concretiza Jack Parrock, o enviado especial da Euronews a Washington.

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