Relatório da Organização Internacional do Trabalho destaca impacto da pandemia no mercado de trabalho global. Subvenções permitiram compensar 40% da perda salarial média na Europa
A pandemia de Covid-19 traduziu-se numa forte quebra salarial nos primeiros seis meses do ano na Europa.
O país que registou uma maior diminuição nas remunerações foi Portugal, com 13,5%, seguido da Espanha e da Irlanda, onde as quebras também ultrapassaram os 10 por cento.
Estes valores são avançados no mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho.
No entanto, é de destacar que não tomam em consideração as medidas governamentais, como o sistema de "lay off" simplificado enormemente adotado em território português.
Assim, em Portugal, as reduções nos horários de trabalho representaram a principal fatia da quebra salarial, 11,7%, e os despedimentos apenas 1,8 por cento.
A organização destaca que 15% da massa salarial da União Europeia recebe o salário mínimo ou abaixo desse valor e que a maioria dos trabalhadores nessa situação, 57%, são mulheres.
O diretor-geral Guy Ryder destacou que "o crescimento da desigualdade [...] ameça com um legado de pobreza e instabilidade social e económica que seria devastador".
Segundo o relatório, nos países que avançaram com fortes medidas de preservação do emprego, os efeitos da crise fizeram sentir-se "mais na baixa dos salários e menos em perdas massivas de emprego".
A Organização Internacional do Trabalho destaca que, em média, nos 28 países europeus analisados, as subvenções permitiram compensar 40 por cento da perda salarial média na Europa, estimada em 7 por cento.