Milhares de pessoas nas ruas de Varsóvia contra o governo polaco e coincidindo com o 39º aniversário da entrada em vigor da lei marcial no país.
Milhares de pessoas manifestaram-se, em Varsóvia este domingo, contra o governo polaco e, uma vez mais, depois que uma alta instância da Justiça ter decidido a favor de tornar ainda mais restritiva a lei de aborto.
Uma manifestação programada para coincidir com o 39º aniversário da lei marcial imposta pelos líderes do partido comunista polaco em 1989, já que muitos acusam o executivo de agir, cada vez mais, da mesma forma que o regime autoritário da época.
Magdalena Schejbal, atriz de 40 anos diz que “há quase quarenta anos", os pais e avós das pessoas da sua geração "manifestaram-se nestas mesmas ruas e lutaram pela liberdade" e desabafa: "é muito doloroso que a nossa geração tenha que fazer a mesma coisa, perante eles, tantos anos depois”.
Pawel Baranski, 66 anos e reformado, conta que "naquela época (...) estavam a tentar" assustá-los. "Funcionou, mas dez anos depois o comunismo entrou em colapso. Desta vez também não vamos derrubar nada, eles estão novamente a vencer, são as mesmas pessoas", acrescenta.
Uma estudante, Adrianna Gluchowska, lembra que esta já não é uma luta "apenas pelos direitos das mulheres, mas pelos direitos de todos. O que está a acontecer, neste momento, é dramático”, frisa.
Acabaram por acontecer pequenos confrontos entre polícia e manifestantes perto do monumento que lembra o acidente aéreo de Smolensk, em 2010, e que vitimou o então presidente do país, Lech Kaczynski, a sua mulher e dezenas de outros altos dignitários polacos.