A Organização das Nações Unidas (ONU) vai apresentar algumas questões aos Emirados Árabes Unidos, para saber como se encontra Latifa, a princesa que diz ser refém do pai no Dubai e temer pela vida.
A Organização das Nações Unidas quer saber, junto dos Emirados Árabes Unidos, onde e como está a princesa Latifa, a filha do emir do Dubai, cujas questões sobre o paradeiro estão a preocupar a comunidade internacional.
As dúvidas surgiram depois de Latifa, de 35 anos, ter publicado vídeos em que acusa o pai de a manter refém, desde que tentou fugir da cidade em 2018.
"Estou numa moradia, sou refém, e esta casa foi convertida numa prisão. Todas as janelas estão fechadas com grades. Não consigo abrir nenhuma janela. Há cinco polícias no exterior e duas mulheres polícias dentro de casa. E eu nem sequer posso sair para apanhar ar fresco", diz a princesa num dos vídeos.
O percurso e as dificuldades vividas por Latifa bint Mohammed Al Maktoum são amplamente partilhadas através da plataforma digital da campanha pela libertação da princesa #freeLatifa.
David Haigh, ativista dos direitos humanos nos Emirados Árabes Unidos e um dos fundadores da campanha, apela a que "políticos e ex-políticos e líderes e celebridades mundiais e os chamados influentes, todas as pessoas que vão ao Dubai para promover o país, que acordem e vejam a realidade", pois "vão estar nas praias" a apenas "algumas centenas de metros de onde se encontra Latifa, a viver praticamente em solitária, uma refém".
A corte real do Dubai diz que a princesa está a salvo e aos cuidados da família. O pai é um dos chefes de Estado mais ricos do mundo e mantém estreitas relações com vários países ocidentais, incluindo o Reino Unido.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, garante que a proximidade não impede o governo de apoiar a investigação da ONU e "levantar questões de direitos humanos a todos os parceiros, incluindo os Emirados Árabes".
Num dos vídeos publicados, Latifa diz temer pela própria vida. O emir tem assegurado, ao longo do tempos, agir no melhor interesse da filha.