Jovens italianos exigem investimento na empregabilidade

Jovens italianos exigem investimento na empregabilidade
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De  Isabel Marques da SilvaElena Cavallone
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A Comissão Europeia estabeleceu 30 de abril como data limite para receber os planos nacionais dos Estados-membros para usar o fundo de resposta à crise. Um dos critérios principais é o investimento em políticas de juventude.

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Lorenzo Sanchez , de 24 anos, está a fazer uma dura caminhada para encontrar uma oportunidade no mercado de trabalho em Itália. Apesar de ter tido grandes dificuldades financeiras, conseguiu diplomar-se em línguas modernas e obteve uma bolsa para estudar nos Estados Unidos.

Mesmo com um brilhante percurso académico, o mercado laboral tem-se revelado um deserto. A taxa de desemprego juvenil em Itália ronda os 30%.

“Quando regressei dos Estados Unidos, pretendia seguir uma carreira na academia ou trabalhar como consultor político, mas percebi - e também me foi dito - que os meus sonhos não podem tornar-se realidade neste momento, na situação atual. Isto porque, nuns casos, tenho demasiadas qualificações mas falta de experiência, e noutros porque sou demasiado jovem para poder obter experiência. É estranho", disse o jovem, que se tornou ativista n área da empregabilidade, em entrevista à euronews.

Lorenzo Sanchez e alguns amigos na mesma situação lançaram uma campanha chamada "1% não é suficiente".

O plano nacional de recuperação dos impactos da pandemia destina apenas 1% da tranche italiana do Fundo Próxima Geração da União Europeia para as medidas de empregabilidade dos jovens. O país deverá receber 209 mil milhões de euros.

“Itália é um país que tem uma lacuna significativa nos investimentos na juventude. Destinar apenas três mil milhões de euros, durante em uma das maiores crises da História, não é de todo suficiente. Já não era suficiente antes da pandemia e certamente não o é agora. Pedimos ao governo que use cerca de 10% do total do fundo”, disse Lorenz Sanchez.

Mais estágios remunerados

O governo de Mario Draghi está a finalizar a proposta que vai submter a uma primeira votação, no parlamento, a 30 de março.

A campanha já surtiu efeito junto dos deputados, estando alguns deles disponíveis para pressionar por um aumento da verba para os 3% do pacote de ajudas.

“Temos que lutar contra a política de estágios não remunerados e regular esse mercado. Gostaríamos de lançar um programa de emergência para conseguir trazer os jovens para as empresas. O Estado deveria financiar períodos de integração dos jovens nas empresas para trabalharem ou estudarem”, disse Massimo Ungaro, deputado do partido "Italia Viva", em entrevista à euronews.

Aposta no digital

A Comissão Europeia estabeleceu 30 de abril como data limite para receber os planos nacionais dos Estados-membros para usar o fundo de resposta à crise. Um dos critérios principais é o investimento em políticas de juventude.

O comissário europeu do Trabalho e Direitos Sociais, Nicolas Schmit,  destaca a necessidade de capacitação ao nível das competências digitais: “Podemos formar os jovens num tempo relativamente curto para obterem empregos no setor digital. Certamente que, depois da crise, a digitalização das economias, do tecido empresarial , vai acelerar-se muito".

Existem percentagens mínimas de investimentos que os países tem de fazer para a transição ecológica e para a transição digital ditadas pela Comissão Europeia. Mas o executivo comunitário não indicou um teto mínimo na despesa com políticas destinadas à juventude.

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