Laranjas amargas usadas para produzir eletricidade

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De  Francisco Marques
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Empresa municipal de águas de Sevilha está a desenvolver um projeto-piloto para reciclar o fruto de pouca utilidade das laranjeiras urbanas para produção de energia

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A Andaluzia, no sul de Espanha, tal como o Algarve, em Portugal, é um paraíso para as laranjas e março é uma das épocas para a apanha. Em Sevilha, agora é também época para um novo processo autossuficiente de produção energética a partir de biogás contido no sumo de laranjas amargas.

As laranjeiras existentes nas vias públicas sevilhanas davam até agora pouco mais do que cor e aroma à cidade. Acabavam por ser, aliás, uma fonte de resíduos nas ruas da cidade andaluz quando caíam das árvores.

Agora, além de terem as cascas e outras partes reutilizadas para compostagem, as laranjas amargas estão também a ser utilizadas como fonte de energia limpa na região.

"É um processo muito simples", começa por garantir o diretor do departamento ambiental da Emasesa, a empresa metropolitana de abastecimento e saneamento de águas de Sevilha.

Benigno Lopez explica que "50% da laranja é sumo". "Do sumo geramos um gás rico em metano que utilizamos para produzir energia através de um motor de cogeração. Não requer nenhum tipo de aditivo, é ambientalmente controlado, fecha a economia circular de um resíduo urbano e, além disso, supõe que esta instalação contribua para mitigar as alterações climáticas pela autossuficiência energética", concretiza o diretor da Emasesa.

O projeto-piloto a decorrer em Sevilha estima que uma tonelada de laranjas andaluzes permita gerar eletricidade suficiente para cinco habitações por dia e este ano estava prevista uma colheita de quase seis toneladas nas ruas da cidade, um aumento de 37,5% em comparação com a mesma altura, um ano antes, informou a autarquia sevilhana.

Da mera utilidade para compotas, muito apreciadas por exemplo no Reino Unido, as laranjas amargas de Sevilha passam a ser agora também uma fonte de energia elétrica limpa, amiga do Planeta e já a ser utilizada pela estação municipal de tratamento de águas residuais El Copero.

A Emaesa tem em curso diversos projetos com a ambição de se tornar um centro ambiental de referência em Espanha e, através do reaproveitamento de diversos resíduos orgânicos, terá gerado só em 2020 energia elétrica suficiente para autoabastecer-se com o equivalente ao consumo energético anual de quase 5.800 habitações.

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