Retirada da NATO do Afeganistão pode criar novo conflito

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Retirada da NATO do Afeganistão pode criar novo conflito. As forças da NATO e da comunidade internacional vão iniciar a retirada no dia 1 de maio com conclusão prevista até 11 de setembro

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O governo afegão receia o pior uma vez terminada a retirada das forças da NATO que começa a 1 de maio e termina a 11 de setembro deste ano.

O objetivo das forças europeias, norte-americanas e da comunidade internacional era lutar contra o terrorismo global através da implementação de processos democráticos no Afeganistão acompanhados por medidas de reforço da confiança a fim de derrotar a Al Qaida e os Talibã.

Caberá agora ao exército afegão controlar a situação. Os avanços democráticos são frágeis enquanto os Talibã estão mais fortes do que nunca.

"Sem flexibilidade é impossível chegar a um acordo de paz com os Taliban, mas há questões e linhas vermelhas que os afegãos não estão preparados para negociar, essas linhas vermelhas podem ser a defesa e forças de segurança do Afeganistão, direitos humanos, direitos das mulheres, liberdade de expressão e comunicação social", afirma Mir Haider Afzaly, presidente da comissão de defesa do parlamento afegão.

A União Europeia forneceu a Cabul apoio de infraestruturas para a reconstrução da sociedade afegã incluindo as agências de segurança e polícia. 

A estabilidade do Afeganistão ainda é relevante para a segurança da União Europeia. 

Por isso mesmo, Bruxelas quer introduzir as suas próprias condições.

"Trata-se da substituição da força militar por um acompanhamento político e por isso é preciso que os europeus e os aliados coloquem as suas condições. O apoio financeiro ao Afeganistão deverá estar condicionado a essa questão que dever a questão democrática", defende a eurodeputada Maria Arena, presidente do comité de direitos europeus.

É impossível criar estabilidade no Afeganistão sem consenso e a cooperação de potências externas.

Sucedem-se apelos no sentido da União Europeia aumentar os contactos diplomáticos com países vizinhos como é o caso do Paquistão e Irão, ambos patrocinadores de fações militares agressivas.

Divisões étnicas, religiosas e tribais podem regressar ao conflito e os Talibã podem capturar a capital como aconteceu em 1996.

A intervenção da NATO custou muitas vidas entre os soldados enviados para o terreno. 

A população civil viu-se apanhada no fogo cruzado. Muitos não tiveram alternativa senão fugirem.

A analista do Colégio da Europa, Shada Islam, afirma que Bruxelas deve preparar-se para o pior.

"Infelizmente prevejo que os refugiados afegãos venham a ter que abandonar as suas casas, ocorrerá um novo fluxo de refugiados para o Irão, daí para Turquia e da Turquia para a União Europeia. Penso que a UE devia começar já a preparar campos de assentamento, a preparar auxílio humanitário", afirma a analista.

Pelo menos 2,7 milhões de afegãos já abandonaram o país e contam-se entre os principais requerentes de asilo em muitos países europeus. Constituem igualmente a maioria dos migrantes na rota dos Balcãs e nos campos de refugiados no Mar Egeu.

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