Em entrevista à Euronews, Pavel Latushko disse que a continuação dos protestos envia um sinal à comunidade internacional e mostra que os bielorrussos não concordam com a falsificação das eleições e com a violência do regime
Em 2020, a Bielorrússia assistiu a protestos de dimensões históricas depois de mais uma vitória de Alexander Lukashenko nas presidenciais. A oposição e vários países ocidentais denunciaram fraude e manipulação durante as eleições, mas o governo de Lukashenko continua no poder.
Apesar da repressão policial, a oposição pede novos protestos em massa durante o Dia da Vitória, no próximo domingo dia 9 de maio.
Em entrevista à Euronews, desde o exílio na Polónia, Pavel Latushko disse que a perseguição à oposição na Bielorrússia é “o pior terror que a Europa tem visto nos últimos 40 anos”.Para o antigo ministro da Cultura e um dos principais líderes da oposição, a continuação dos protestos envia um sinal à comunidade internacional e mostra que os bielorrussos não concordam com a “falsificação” das eleições de 9 de agosto de 2020 e com a violência do regime. Por outro lado, lembra que esta é a única oportunidade de participar legalmente em eventos de massas no território.
Pavel Latushko considera que as verdadeiras sanções e as sanções eficazes ainda não chegaram e pede à União Europeia para impor restrições mais duras a Minsk, tal como as sanções económicas que o bloco adotou numa resolução sobre a Rússia. Latushko sublinha a repressão atual contra centenas de milhares de bielorrussos e denuncia mortes e tortura. Acredita que as sanções impostas no país contra 88 pessoas e 7 empresas “que não têm qualquer significado para a economia do país” só servem para serem usadas por Lukashenko para fins de propaganda.
Até agora, o presidente da Bielorrússia tem ignorado os repetidos apelos da oposição para a repetição das eleições em condições livres e justas, para o fim da repressão policial e para a libertação dos presos políticos.