Vítimas do "Massacre de Ballymurphy" eram "inocentes"

Um tribunal especial da Irlanda do Norte concluiu que os dez civis que foram mortos a tiro nos bairros de Ballymurphy, em Belfast, em 1971, eram "completamente inocentes".
A juíza Siobhan Keegan, responsável pela investigação, determinou que os militares foram responsáveis por nove destas mortes e, embora não tenha encontrado uma ligação clara com a décima, descreveu como "lamentável" o facto de as autoridades da época não terem investigado "adequadamente" este evento.
Keegan dividiu as mortes em cinco investigações e emitiu vários veredictos, incluindo que não havia "nenhuma evidência convincente (...) para justificar o tiroteio" e que "os militares não forneceram qualquer justificação" para esse uso "claramente desproporcional" de força.
As dez vítimas - incluindo um padre e uma mãe de oito filhos – morreram durante o conflito separatista que durante três décadas opôs católicos e protestantes na região britânica da Irlanda do Norte. Keegan recordou que a região se encontrava numa "situação caótica", mas constatou que o uso da força pelo exército em Ballymurphy entre 9 e 11 de Agosto de 1971 foi "desproporcional".
Dezenas de familiares das vítimas do tiroteio que ficou conhecido como o “Massacre de Ballymurphy” estiveram no tribunal.