Israelitas queixam-se de rockets disparados da Síria e na fronteira com o Líbano um manifestante foi morto enquanto protestava contra os ataques a Gaza
Israel e Palestina não desarmam e os ataques de parte a parte não têm fim à vista. É o próprio primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que avisa que irá usar todo o poder ao seu alcance para aquilo que diz ser "restaurar a calma".
A comunidade internacional está naturalmente preocupada com a situação. Jens Laerke, porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, admite que ficaram "alarmados com a escalada contínua de violência nos territórios palestinianos ocupados e em Israel. O número de vítimas não pára de aumentar em ambos os lados e os civis estão a sofrer. Na Faixa de Gaza, onde moram cerca de 2 milhões de palestinianos, as hostilidades também têm impacto no acesso à água, saúde e combate à covid-19."
As principais vítimas estão entre a sociedade civil. Na Faixa de Gaza, além do acesso a necessidades básicas, faltam até abrigos para proteger a população da ameaça aérea. Os palestinianos protegem-se como podem.
Mohammed Ghabayen é um habitante de Gaza que faz o possível para proteger a família. À falta de abrigos, revela que "abrimos a escola e entrámos. Não temos um abrigo e como pode ver, não sabemos para onde ir. Desde ontem que as crianças não comem nada. Não temos colchões para dormir e ainda temos de nos preocupar com a ameaça da covid-19. Não sabemos se temos de nos precaver contra o coronavírus ou contra os rockets, não sabemos o que fazer..."
A violência não só promete continuar, como ameaça estender-se por toda a região. Os focos de conflito entre judeus e a minoria árabe de Israel têm-se multiplicado por todo o país e de acordo com as Forças Armadas israelitas, além dos disparos frequentes a partir do território palestiniano, o país também já foi alvo de rockets lançados de território sírio.
O conflito entre israelitas e palestinianos é histórico mas desde 2014 que as hostilidades não atingiam estes níveis de violência e o receio de uma guerra é cada vez mais real.
A tensão já chegou também à fronteira entre Israel e Líbano, depois de um manifestante libanês ter sido morto pelas forças israelitas enquanto protestava contra os ataques à Faixa de Gaza. A informação foi revelada pela Agência de Notícias do Líbano.