Várias pessoas manifestaram-se no rescaldo das sanções avançadas pelos líderes europeus
Munidos de cartazes com mensagens alarmantes, vários ativistas bielorrussos desafiaram a chuva de Bruxelas, em dia de cimeira europeia, e manifestaram-se no rescaldo da adoção de novas sanções contra o regime de Aleksander Lukashenko.
Apesar da proibição de entrada no espaço aéreo europeu de companhias aéreas da Bielorrússia e do cenário de agravamento de sanções económicas específicas, alguns ativistas alertam que é preciso mão mais pesada em nome de resultados concretos.
"A Bielorrússia devia ser punida por esta ação e a Europa devia ser mais decidida na adoção de sanções e no apoio à sociedade civil do país", sublinhou Darja, uma das ativistas em protesto.
Os Estados-membros da União Europeia querem um recuo de Minsk e exigem a libertação imediata do jornalista e ativista bielorrusso Roman Protasevich, na sequência do episódio do voo desviado.
Também manifestam solidariedade com os diplomatas e funcionários da embaixada da Letónia, expulsos de Minsk esta segunda-feira.
"Agora que estamos a contemplar sanções económicas mais alargadas, a concentrar-nos na fonte de rendimento que o regime bielorrusso tem, estas sanções podem levar algum tempo para que o efeito se faça realmente sentir, mas o que se discutiu à mesa foi muito mais longe do que nós fomos", referiu o primeiro-ministro da Letónia, Arturs Krišjānis Kariņš.
A Europa do Leste tem-se tornado cada vez mais desafiante para a União Europeia.
Na cimeira extraordinária que arrancou esta segunda-feira em Bruxelas, os líderes europeus deveriam encontrar forma de aumentar a pressão sobre Moscovo. Mas a detenção de Protasevich obrigou a redefinir a rota.
O assunto principal perdeu alguma importância, ainda que a Rússia e a Bielorrússia sejam consideradas parte da mesma questão política.
"A União Europeia está dividida. Há países que pensam que é preciso desvincular a Bielorrússia e a Rússia, porque a Rússia pode livrar-se de Aleksander Lukashenko e ser parte da solução. Outros estão mais céticos e acreditam que é preciso aumentar o custo de Moscovo manter laços próximos com a Bielorrússia. Só assim, se a fatura se tornar pesada, é que Moscovo pode deixar cair Lukashenko", lembrou Gustav Gressel, do Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Em junho, a União Europeia vai discutir em profundidade a estratégia com a Rússia. O Conselho Europeu pediu ao chefe da diplomacia da União Europeia para preparar uma relatório sobre Moscovo, deixando antever um clima de tensão crescente.