Confrontos marcam cessar-fogo em Gaza e Cisjordânia

Após uma semana de cessar-fogo, vive-se a normalidade possível na cidade de Gaza. No enclave, os bombardeamentos israelitas no último mês mataram mais de 250 pessoas e deixaram perto de dois mil feridos.
"A que preço? O sangue dos mártires. E depois? Nada. Em Al-Aqsa, Sheikh Jarrah, em Jerusalém, nas colónias. Nada muda. No final, não vale a pena", lamenta uma vendedora local.
Em Gaza, as infraestruturas foram danificadas ou destruídas. Metade das linhas elétricas já não funciona. Todos os habitantes têm relatos de destruição.
Umm Bashar Abu El-Ouf conta que estava a dormir quando ouviu uma explosão. Diz ter feito as "últimas orações", porque "tinha a certeza de que ia morrer". Foi então que sentiu a casa do irmão a desabar. Quando espreitou da varanda da cozinha, "a casa já lá não estava".
Apesar da semana de tréguas, esta sexta-feira, as tensões subiram ao rubro em Beita, uma aldeia da Cisjordânia, quando centenas de palestinianos atiraram pedras às forças israelitas. Os manifestantes contestavam a ocupação do território. Dos confrontos, resultaram pelo menos um morto e cinco feridos pelo exército de Israel.
Também Jerusalém teve o dia marcado por protestos, após as orações na mesquita Al-Aqsa.
Já esta semana, o Conselho de Direitos Humanos da ONU anunciou uma investigação internacional aos possíveis crimes cometidos por Israel e o Hamas.