Promotores da memória do ocorrido em Pequim a 04 de junho de 1989 acataram a ordem, temporariamente, a poucos dias do 32.° aniversário do chamado "massacre"
As autoridades de Hong Kong, fiéis ao governo central da China, impuseram o fecho do chamado “Museu Memorial do 4 de Junho”, dedicado à memória do chamado "massacre" na praça de Tiananmen, ocorrido em 1989, em Pequim.
O museu foi inaugurado em 2014, por altura do 25.° aniversário dos acontecimentos, tinha reaberto no domingo, a escassos cinco dias da vigília pelos 32 anos do sucedido e apresentava-se como uma das âncoras das tradicionais iniciativas de movimentos pró-democracia para manter viva a lembrança da repressão violenta pelo exército chinês de manifestações civis pró-democracia.
Várias organizações internacionais, como a "Human Rights Watch", têm criticado as autoridades chinesas pelos ecos que ainda se fazem sentir da repressão iniciada a 04 de junho de 1989 para travar as manifestações de estudantes, espoletadas em meados de abril daquele ano, com a morte do antigo presidente (1981 e 82) e secretário-geral (1982-1987) do Partido Comunista Hu Yaobang (20 de novembro de 1915 - 15 de abril de 1989, 73 anos).
O balanço de vítimas resultantes dessa histórica repressão militar na capital da China varia entre as várias centenas e os milhares de mortos. Para a história ficou a icónica imagem de um só manifestante a fazer frente a um tanque chinês.
Em comunicado, a Aliança de Honk Kong de Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos da China explicou estar em causa uma licença para eventos culturais públicos e disse ter decidido acatar a ordem para fechar temporariamente o museu, enquanto recolhe aconselhamento jurídico sobre o sucedido.
O jornal Hong Kong South China Morning Postnoticia que as autoridades locais contam ter na rua, esta sexta-feira 4 de junho, cerca de 3 mil polícias de choque para evitar concentrações ilegais no âmbito das vigílias em memória do massacre de Tiananmen.