Há relatos de mortes relacionadas com a fome na região do Tigray
As Nacões Unidas (ONU) falam numa situação de catástrofe.
Mais de 350 mil pessoas na região de Tigré, na Etiópia, passam fome e centenas podem morrer por carências alimentares. O chefe do grupo de emergência do Programa Alimentar Mundial (PAM) diz que o acesso aos locais mais afetados é urgente.
Segundo Brian Lander, a fome afeta 353 mil pessoas no Tigré e "espera-se que esse número ultrapasse as 400 mil nos próximos meses”.
A ONU critica a falta de acesso dos trabalhadores humanitários à região. O porta-voz da organização, Stephane Dujarric, afirmou na quarta-feira que o pessoal no terreno relata “movimentos de bloqueio da ajuda, interrogatórios, agressões e detenção de trabalhadores humanitários em postos de controlo militar”. “Também há pilhagem e apreensão de bens e material humanitário pelas partes em conflito”, disse Dujarric. O responsável sublinhou a falta de acesso a muitas áreas do Tigré e "a situação terrível, incluindo sistemas de água disfuncionais e instalações de saúde limitadas ou inexistentes" nas áreas acessíveis.
O conflito entre as tropas governamentais e a Frente de Libertação do Povo Tigré começou em novembro. A Eritreia juntou-se ao governo da vizinha Etiópia no conflito. A violência matou milhares de civis e forçou cerca de dois milhões de pessoas a abandonar as casas nesta região montanhosa no norte do país.