Eleições regionais de domingo servem de barómetro às presidenciais

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Franceses são chamados a votar este domingo na primeira volta das regionais, mas desconfinamento e desinteresse deverão levar muitos eleitores para longe das urnas

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Os eleitores franceses são chamados às urnas este domingo para eleger os novos governantes regionais e departamentais, num sufrágio que serve também de barómetro político para as presidenciais de 2022.

Ao todo, há 17 regiões administrativas e 95 departamentos no hexágono gaulês, os eleitores têm o poder no boletim de voto, mas o desinteresse parece dominar, num país a desfrutar atualmente de um desconfinamento há muito desejado no meio de uma pandemia ainda longe de estar derrotada.

Em 2015, a participação nas eleições regionais e departamentais ficou-se pelos 50 por cento na primeira volta e baixou ligeiramente na segunda. Este ano, a expetativa é para um agravamento da abstenção.

Em Lyon, Nathalie Blamat garantiu à Euronews que vai votar porque se tem dado conta de que "a violência na rua e os assaltos têm vindo a aumentar cada vez mais".

"Estamos à espera de mais ação [da classe política] e que tenham em conta as nossas preocupações", disse Nathalie Blamat, presidente da associação de moradores de Guillotière, um dos bairros (similar às freguesias, em Portugal) de Lyon.

A segurança é mesmo a grande prioridade para muitos franceses nestas eleições, indicam diversas sondagens, que colocam a economia e o emprego em segundo plano.

O problema é que a gestão da segurança está acima dos poderes regionais e departamentais, limitados a gerir a economia local, o urbanismo, os transportes públicos, as escolas, as acessibilidades e alguns fundos europeus.

O diretor-adjunto da OpinionWay, uma empresa de sondagens a operar em França, explicou à Euronews que a questão passa por "uma série de acontecimentos, alguns com uma gravidade sem precedentes como o do professor decapitado", em outubro do ano passado.

“Tudo isso contribuiu para polarizar a atenção dos eleitores e dos jornalistas em torno da problema da segurança", argumenta Frédéric Micheau, para justificar "a viragem à direita" de boa parte dos eleitores franceses.

As forças políticas mais conservadoras e sobretudo as nacionalistas deverão aproveitar estes sufrágios para continuar a crescer, com o partido de Marine Le Pen a liderar as sondagens em diversas regiões.

O jornalista da equipa francesa da Euronews, Guillaume Petit, estabelece mesmo a ponte para a importante chamada às urnas marcada para 2022 em França.

"A 10 meses das presidenciais, estas eleições regionais surgem como um género de repetição geral dos temas de âmbito nacional. O partido atualmente no governo tem vindo a mostrar dificuldade em impor-se perante o forte peso da direita e da União Nacional, que procura ganhar credibilidade à medida que as sondagens das presidenciais de 2022 sugerem um novo duelo opondo Marine Le Pen a Emmanuel Macron. No entanto, a eventual forte abstenção nestas regionais preconiza também o desafio que enfrentam todos os partidos que tentam convencer os franceses a acreditar de novo na política", estima Guillaume Petit.

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