A vitória de Ebrahim Raisi nas presidenciais sexta-feira não é vista com esperança por todos. Muitos iranianos estão cansados do que consideram da mesma política que não altera a situação económica do país.
A vitória do ultraconservador Ebrahim Raisi nas presidenciais iranianas é o que os apoiantes do regime consideram ser o início de uma nova era no país, sempre com o comando do grande Aiatola. Novo presidente, os velhos alvos.
"Estou feliz porque mais uma vez o povo emergiu como o vencedor das eleições e a participação foi um murro na cara dos Estados Unidos e de Israel", explica um vendedor. Participação que foi a mais baixa em 40 anos. O vencedor, chefe do sistema judicial prometeu restaurar o orgulho do país perante o ocidente, mas sublinhou que as políticas internas vão ter prioridade - combate à corrupção, à pobreza e fomentar o setor industrial.
Anelise Borges, enviada especial da Euronews a Teerão, explica que "nas capas dos jornais aparece o homem que venceu as eleições. Esta manchete que as pessoas votaram por Ebrahim Raisi. Mas algumas, aqui, dizem que optaram por não fazer parte do processo."
Um vendedor diz que "A maioria das pessoas não votou. Os políticos não escutam o povo, não querem fazer o que o povo quer. Falam mas não querem agir".
Outro questiona porque deve estar "esperançoso? Há quarenta anos que estou aqui a vender e continuo a alugar a minha casa. Não estou a brincar. Porque devo eu votar?"
O novo Presidente do Irão toma posse em agosto numa altura em que o país tenta salvar o acordo nuclear de 2015 com o ocidente e libertar-se das sanções punitivas dos Estados Unidos, que fizeram colapsar a economia iraniana.
A vitória de Raisi significará que o setor ultraconservador está mais forte, o que poderá comprometer o regresso a um entendimento, depois do anterior Presidente norte-americano, Donald Trump, ter rasgado o acordo. O desafio para chegar a bom destino é considerado difícil e com bastantes curvas.