União Europeia e EUA tentam superar divergências

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Parceiros transatlânticos alcançaram entendimentos críticos na cimeira de Bruxelas, mas persistem divisões sobre assuntos espinhosos

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Na cimeira da semana passada, a União Europeia (UE) e os EUA anunciaram com alarde uma nova cooperação em matéria comercial na era Biden.

As duas partes elogiaram o acordo para suspender as taxas instauradas no quadro da disputa por causa dos subsídios atribuídos às fabricantes de aeronaves Airbus e Boeing. Mas o acordo de suspensão das taxas transatlânticas no valor de 10 mil milhões de euros sobre produtos como o vinho da UE ou o tabaco dos EUA só terá a duração de cinco anos. Depois será altura de encontrar uma nova solução.

Dito de outra forma, a contenda comercial está longe de terminar e os grupos industriais da UE verbalizam a necessidade de urgência.

"Penso que os dois maiores blocos comerciais precisam de continuar a negociar e de encontrar soluções, porque não podemos continuar assim durante a próxima década", sublinhou, em entrevista à Euronews, Axel Eggert, diretor-geral da Associação Europeia do Aço.

Por outro lado, fizeram-se progressos pouco substanciais para superar a disputa sobre as taxas aduaneiras sobre importações de aço e alumínio oriundos da União Europeia.

A administração Trump valeu-se de uma secção da lei do comércio, da década de 1960, que permitiu avançar com a barreira por motivos de segurança nacional.

Mas quando é que estas taxas serão, afinal, levantadas? A presidente da Comissão Europeia, Urusla von der Leyen, deu conta, na semana passada, de um plano de intenções, para já sem um calendário certo: "Criámos um espaço para encontrar uma solução ao suspender as contramedidas da União Europeia durante seis meses. Isto dá-nos uma margem para nos sentarmos e discutirmos mais detalhes para encontramos uma solução."

Um acordo no final do ano soa a ilusão para alguns especialistas. Até porque o clima político doméstico em Washington não está de feição para semelhante resultado, antes das próximas eleições para o Congresso no ano que vem.

"Aço e alumínio, mas a indústria do aço em particular têm um papel político significativo em várias zonas indefinidas para a Câmara dos Representantes. Os democratas só têm uma maioria de seis, por isso fazem basicamente o que podem para proteger isso", lembrou Jabob Kirkegaard, do Fundo Marshall Alemão.

O presidente dos EUA, Joe Biden, quer uma solução rápida, até porque considera a disputa com um aliado próximo desnecessária.

Em vez de se digladiarem, UE e EUA devem concentrar atenções económicas na China, no entender da Casa Branca. A China está a abastecer em excesso os mercados globais com aço barato e de baixa qualidade.

"A UE e os EUA são os dois principais blocos que sofrem com o excesso de capacidade global de aço, impulsionado por esquemas de ajuda estatal e de subsídios. São os territórios que sofrem mais. Por isso, com outros parceiros como o Japão, como o Canadá e outros, temos de encontrar soluções em conjunto muito em breve", referiu Axel Eggert, diretor-geral da Associação Europeia do Aço.

Os aliados terão agora de provar se falam sério.

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