Confrontos entre indígenas e polícia em Brasília

Os confrontos entre polícia e indígenas em frente ao Parlamento brasileiro foram seguidos de acusações entre as autoridades e os manifestantes.
Os incidentes saldaram-se em pelo menos três polícias feridos por flechas e vários indígenas atingidos por granadas atordoantes e gás lacrimogéneo, com pelo menos dois hospitalizados "com ferimentos graves", segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
O serviço de imprensa da Câmara dos deputados acusou os manifestantes de "tentarem invadir" o Parlamento.
**Dinamam Tuxá, líder indígena e coordenador executivo da APIB: **
"Nós já vivemos há décadas, dentro do nosso território, com a paralisia da demarcação, com vários garimpeiros invadindo, com violência, com jagunço matando liderança... E nós chegamos aqui, para justamente denunciar o que vem ocorrendo dentro dos territórios, e passamos pela mesma situação."
Acampados em frente ao Parlamento, em Brasília, desde o início do mês, vários grupos indígenas pretendiam participar numa sessão parlamentar onde era debatido um polémico projeto de lei que altera as regras sobre a demarcação das suas terras.
Os indígenas temem ver os territórios abertos à exploração comercial, nomeadamente ao setor madeireiro e da extração mineira.
Os manifestantes denunciam também o forte aumento destas atividades de forma ilegal, desde a chegada ao poder de Jair Bolsonaro, ferrenho defensor da exploração dos recursos naturais das terras indígenas.