União Europeia publica sanções à Bielorrússia no dia em que Tsikhanouski foi ouvido em tribunal

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De  Bruno Sousa
União Europeia publica sanções à Bielorrússia no dia em que Tsikhanouski foi ouvido em tribunal
Direitos de autor  SERGEI GRITS/AP2009

O desvio de um voo comercial para proceder à detenção de um opositor ao regime de Aleksander Lukashenko foi a gota de água para Bruxelas, que publicou esta quinta-feira as sanções económicas aplicadas à Bielorrússia. As medidas, aprovadas em tempo recorde e bem mais duras do que as impostas no passado, incidem sobretudo nas principais exportações bielorrussas e no acesso do país aos mercados.

Passa a ser proibida também qualquer transação comercial entre empresas da União Europeia e da Bielorrússia para equipamento ou tecnologia que possam ser usados para monitorizar ou reprimir os cidadãos.

Esta quinta-feira começou também o julgamento de Syarhei Tsikhanouski, opositor de Lukashenko detido dois dias depois de anunciar a candidatura nas presidenciais. Acabou por ser substituído pela esposa, Sviatlana Tsikhanouskaya, que liderou o movimento popular e foi obrigada a exilar-se no estrangeiro após as eleições.

A atual líder da oposição bielorrussa não tem esperanças a respeito do julgamento: "Todos percebem que não é um julgamento mas uma vingança pessoal. Represálias de quem tomou e mantém o poder com recurso à violência."

Aleksander Lukashenko lidera o país desde 1994 e a crescente violação dos direitos humanos traduziu-se também no aumento do descontentamento popular.

O líder bielorrusso tem respondido com mão de ferro e de acordo com o grupo de direitos humanos Viasna, existem mais de 500 presos políticos no país. Para a União Europeia, é tempo de dizer basta.