Presidente da AIBA quer reentrar na família olímpica

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Direitos de autor Alexander Zemlianichenko/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
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De  Francisco MarquesAndy Robini
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Associação Internacional de Boxe foi suspensa em 2019 devido a arbitragens suspeitas, mas há um novo plano em marcha para reabilitar a AIBA

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A Associação Internacional de Boxe (AIBA) está determinada em regressar em breve à família olímpica e estar de novo ativa nos jogos de Paris2024.

Após anos de má gestão e escândalos, o novo presidente da AIBA, o russo Umar Kremlev, tem em marcha um plano para resolver o passado conturbado da associação e regressar à alta roda do desporto mundial.

Eleito em dezembro, Kremlev está determinado em recuperar as finanças da AIBA e a credibilidade das arbitragens geridas pela associação, um dos maiores problemas apontados há dois anos pelo Comité Olímpico Internacional (COI) para suspender aquela entidade.

A competição olímpica de boxe nos jogos Tóquio2020, este verão, vai ser organizado pode uma comissão especial criada para o efeito, liderada por Morinari Watanabe, presidente da Federação Internacional de Ginástica.

Em exclusivo à Euronews, Kremlev revelou o desejo de identificar os corruptos como parte do plano para voltar a ser a AIBA a organizar a competição olímpica em 2024.

O importante para a AIBA é resolver todos os problemas e deixar o passado para trás.

Precisamos de elaborar uma lista de nomes dos corruptos para que possamos resolver totalmente este problema, arruma-lo e garantir que os implicados não voltem a fazer parte do boxe no futuro.
Umar Kremlev
Presidente da Associação Internacional de Boxe (AIBA)

Durante uma conferência de imprensa esta semana em Lausana, na Suíça, o presidente da AIBA mostrou-e confiante na reintegração olímpica logo após os Jogos Tóquio2020, que se realizam apenas este verão devido à pandemia.

Kremlev enalteceu a colaboração do professor Richard McLean. O homem que denunciou o esquema de doping no desporto olímpico russo vai agora investigar as arbitragens suspeitas promovidas pela AIBA nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e também outros casos de alegada má gestão financeira no seio da associação.

O atual compromisso de transparência da AIBA teve o apoio de antigos pugilistas, como o ex-campeão Roy Jones Jr., alegadamente prejudicado nos Jogos de 1988.

A competir na categoria de pesos médios, o norte-americano apurou-se para o combate que decidia a medalha de ouro sem grande surpresa, onde defrontou um pugilista da casa, Park Si-hun. Rezam as crónicas daquele combate que Roy Jones Jr. desferiu 86 golpes no sul-coreano e apenas encaixou 32.

As estatísticas davam uma clara vantagem ao norte-americano, mas os juízes do combate dividiram-se e acabaram até por dar o triunfo ao sul-coreano, para surpresa mundial, até mesmo do vencedor.

“O que me aconteceu nos Jogos Olímpicos de Seul não quero que volte a acontecer a outro miúdo. A ganância provoca injustiça, por isso quando vi a oportunidade para ajudar a melhorar a minha modalidade, estimulando a lealdade nas categorias de base, eu não podia recusar”, disse à Euronews Roy Jones Jr.

O enviado especial da Euronews a Lausana, Andy Robini, conta-nos que "o processo de reforma da AIBA está em andamento" e sublinha que "o presidente foi claro".

"Transparência, integridade e arbitragens justas são os grandes objetivos que a associação fixou enquanto tenta resolver o passado para poder olhar para o futuro e progredir", concretiza Robini.

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