O antigo pugilista é atleta paralímpico na maratona desde que ficou cego e fundou um projeto de esperança num dos bairros mais carenciados de Lisboa
Jorge Pina foi pugilista até aos 30 anos e é maratonista desde que ficou cego num treino de boxe. Em 2011, fundou a Associação que leva o seu nome para - através do boxe - inspirar crianças num dos bairros mais carenciados de Lisboa.
Pina sabe o que é crescer em "bairros problemáticos" e conhece as dificuldades que estes jovens podem enfrentar, porque lidou em primeira mão com a dependência do álcool e das drogas. O objetivo do trabalho que agora desenvolve é, por isso, claro: "fazer das crianças campeões, não necessariamente na luta ou nos combates, mas na vida".
É no Bairro Alfredo Bensaúde, já na fronteira de Lisboa com Loures, que Jorge Pina passa o tempo que lhe sobra dos treinos no Estádio Nacional. Diz que, apesar de quase cego, hoje vê melhor do que nunca. "Posso dizer que sou um homem mais feliz do que quando via. Porque agora vejo bem tudo o que quero fazer e tudo o que quero desejar para mim e para os outros".
Às crianças que ensina, Jorge Pina deseja que o boxe lhes incuta disciplina e respeito. Para si, o objetivo é também ambicioso: ganhar um lugar na representação portuguesa nos jogos paralímpicos de 2020.