Certificado digital não é para todos

O certificado digital agiliza a circulação no espaço da União Europeia
O certificado digital agiliza a circulação no espaço da União Europeia Direitos de autor ERIC LALMAND/AFP
De  Teresa Bizarro
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Emigrantes portugueses fora da União europeia dizem-se discriminados e pedem políticas de entrada no espaço europeu flexíveis

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Os Portugueses a viver fora do bloco europeu queixam-se de dificuldades na entrada em Portugal. Vêm de países com políticas de combate à Covid-19 diferentes, onde estão autorizadas substâncias que não foram validadas pelas instâncias europeias, e dizem-se discriminados.

É o caso de Rita Bettini, uma investigadora que tem nacionalidade portuguesa e brasileira, e que foi vacinada em São Paulo com uma vacina desenvolvida por um laboratório chinês.

"Embora a Coronavac tenha sido aprovada para uso de emergência pela OMS (Organização Mundial de Saúde), ela não está aprovada pela EMA (Agência Europeia do Medicamento)," adiantou à RTP esta professora universitária com casa nas Caldas da Rainha.

Uma bolha chamada União Europeia

Em Macau é possível escolher-se o tipo de vacina e optar-se por uma substância aprovada na União Europeia, mas nem isso resolve todos os problemas.

Filipe Figueiredo, advogado e pai de quatro filhos, explica que a família optou "por tomar a BioNTech, precisamente porque era uma das aprovadas na Europa". Tinham essperança de poder fazer férias em Portugal, mas descobriu um vazio para dois dos filhos, menores de 12 anos. "Tenho dois filhos com menos idade que ainda não estão vacinados e teria de haver uma outra gestão que desconheço," afirma.

Margarida Galamba vai mais longe. A ex-dirigente da Casa de Portugal em Macau considera que "os consulados deviam tratar disso". 

"Querem o certificado digital, deixem as vossas referências, o número da vacina e todos os códigos, e seria o Ministério dos Negócios estrangeiros a tratar disso, inserindo a informação no sistema e depois nós pediamos o certificado," diz esta portuguesa que depois de mais uma década no território se prepara para regressar em definitivo a Portugal e já sabe que, apesar de vacinada, vai ter de fazer quarentena à chegada. 

Macau, um dos locais com menor taxa de infeções por coronavírus do mundo, ou Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia ainda hoje. Dois locais onde ser cidadão da União Europeia não garante uma viagem tranquila a Portugal.

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