Proposta do laboratório francês Sanofi Pasteur vai ser analisada em termos de eficácia, segurança e qualidade. Portugal já vê a "libertação" no fim do verão
A Agência Europeu de Medicamentos (EMA) iniciou um processo de avaliação contínua da proposta de vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur.
A EMA utiliza a avaliação contínua como ferramenta reguladora para acelerar a apreciação de um medicamento promissor durante uma emergência pública, como é o caso da atual pandemia de Covid-19.
Em comunicado, a EMA explicou que irá "avaliar os dados à medida que estejam disponíveis para decidir se os benefícios superam os riscos", num processo já utilizado para as quatro vacinas anticovid atualmente aprovadas na União Europeia
Os critérios para aprovação passam pela eficácia, a segurança e a qualidade do medicamento.
A Videprevtyn, como foi batizada a vacina francesa, ainda não tem prazo previsto para ser aprovada, mas a EMA admite que poderá levar menos tempo que as outras vacinas.
"Libertação" no fim do verão
Este processo de avaliação de uma quinta vacina na União Europeia é anunciado numa altura em que Portugal sofre com escassez de vacinas e que regista uma duplicação dos internamentos de "doentes covid" no espaço de um mês.
"Temos uma limitação que espero que todos os portugueses compreendam: nós só podemos vacinar com as vacinas que temos em Portugal",afirmou esta terça-feira o Adjunto do Planeamento e Coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas, Gouveia e Melo, o atual chefe da equipa especial que lidera o programa de vacinação anticovid português.
Portugal anunciou esta terça-feira o registo de mais 2.706 infeções em 24 horas, quatro mortes relacionadas com o SARS-CoV-2 e mais três internamentos, para um total, agora, de 854 camas ocupadas por "doentes covid", incluindo 177 em cuidados intensivos.
Os dados da DGS permitem perceber que os internamentos duplicaram no espaço de um mês.
A boa nova foi a recuperação de mais 4.451 pessoas, o que contribuiu para uma redução de 3,3% dos casos ativos no país, o que reforça o otimismo do primeiro ministro português.
Com cerca de 50% dos portugueses já vacinados, António Costa admitiu hoje que Portugal deverá atingir, no final do verão, a tão falada "imunidade de grupo" e nessa altura o chefe de governo admite "a libertação total da população portuguesa".