Conselho de Segurança exige uma solução para o conflito cipriota
O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou esta sexta-feira a decisão da Turquia e dos cipriotas turcos de reabrir uma zona residencial na região de Varosha. A estância balnear, situada nos arredores da cidade cipriota de Famagusta, foi abandonada em 1974, quando a Turquia invadiu a ilha.
“O Conselho de Segurança expressa o seu profundo pesar perante essas ações unilaterais que vão contra as suas resoluções e declarações anteriores”, lê-se no texto acordado, citado pela agência AFP.
O Conselho de Segurança sublinha a importância do total respeito e da aplicação das suas resoluções, incluindo a transferência de Varosha para uma administração da ONU.
Inicialmente, estava prevista a aprovação desta declaração na quarta-feira, na sequência de uma reunião à porta-fechada do Conselho de Segurança sobre Chipre há muito tempo agendada, mas sofreu um atraso de dois dias devido a uma “escalada” das posições com o objetivo de condenar a Turquia e endurecer o texto, disse à AFP um diplomata a coberto do anonimato.
Segundo diplomatas, a Índia e a China intervieram para reforçar o projeto inicial.
Este movimento de endurecimento de um texto é raríssimo no Conselho de Segurança da ONU, onde as declarações geralmente são suavizadas ao longo das negociações para obter o apoio do maior número de Estados membros.
Numa visita à República Turca de Chipre do Norte na terça-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que “nenhum progresso nas negociações poderá ser feito sem se aceitar que há dois povos e dois Estados” na ilha.
O território da ilha mediterrânica está dividido entre a República de Chipre – membro da União Europeia –, que exerce a sua autoridade no sul, e a República Turca de Chipre do Norte (RTCN), autoproclamada em 1983 e reconhecida apenas por Ancara.