Localidades costeiras em Inglaterra a braços com crise de saúde

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Relatório denuncia os problemas de saúde que afetam as populações inglesas residentes nas localidades costeiras

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Funcionários de saúde ingleses alertaram o governo relativamente ao bem-estar das populações que vivem em localidades costeiras. 

De acordo com os especialistas quem vive aqui tem mais propensão para sofrer de doenças crónicas, problemas de saúde mental e uma esperança de vida reduzida a não ser que o governo implemente uma estratégia de saúde ambiciosa para lidar com estes problemas.

A predominância do turismo internacional levou ao declínio económico de muitas localidades costeiras inglesas como é o caso de Clacton-on-Sea. 

"Indústrias tradicionais como a pesca e o turismo praticamente desapareceram. Os pais em particular estão preocupados com os filhos pois estes têm que sair de Clacton para encontrarem trabalho ou viajarem para outras localidades A alternativa são empregos locais mal pagos. Muitas crianças mostram entusiasmo na escola mas com o tempo acabam por perder a ambição", adianta Michael Gogarty, diretor de saúde pública do condado de Essex em Inglaterra.

A localidade de Clacton conta com a segunda maior concentração de problemas de saúde mental de todo o país. 

Os alojamentos turísticos são frequentemente utilizados para alojar pessoas vulneráveis. 

Segundo o responsável pela saúde en Inglaterra a incidência de doenças cardíacas e de fígado nas localidades costeiras é 10% mais elevada relativamente à média nacional. E existem menos médicos também.

O diretor de serviço social, Kamlesh Patel, afirma que a solução passa pela criação de postos de trabalho de qualidade.

"Sessenta por cento das pessoas ganham menos de 12 mil euros por ano e apresentam sintomas de depressão. Dez por cento das pessoas que ganham mais de 60 mil euros por ano também têm sintomas de depressão. Os números são reveladores. A solução é a criação de emprego; empregos lucrativos", afirma.

Trata-se de algo que outra especialista em saúde pública, ela própria originária de uma destas localidades, reconhece da sua própria juventude.

"Alguns dos meus colegas de escola tornaram-se professores mas foram poucos os que seguiram para a universidade. Não acredito que as pessoas que andaram na escola comigo são menos inteligentes do que outras pessoas que vieram de outras localidades mais abastadas que ficam no interior do país, acho que não é esse o caso", afirma Jackie Cassel, professora de saúde pública na Universidade de Sussex.

O repórter da euronews Tadhg Enright acrescenta:

"É normal as pessoas pensarem que viver perto do mar é melhor para a saúde. Algo que este estudo confirma. Os níveis de poluição são mais baixos e o acesso a espaços abertos constitem benefícios  para a saúde mental. Infelizmente, estes benefícios não compensam as desvantagens que muitos sofrem nestas localidades".

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