Aliados europeus e britânicos criticam decisão de Biden

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Direitos de autor Sean Kilpatrick/AP
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A decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de manter o fim da retirada do Afeganistão para 31 de agosto foi alvo de críticas dos aliados europeus e britânicos

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No terreno a cooperação entre forças norte-americanas e britânicas é estreita mas a presente crise humanitária no Afeganistão coloca sérias questões ao nível da política internacional.

Tudo sugere que a Casa Branca tomou várias decisões independentemente dos seus aliados.

O deputado conservador britânico Andrew Bridgen acredita que o presidente Biden acaba de mergulhar o mundo numa crise.

“O mundo tornou-se num local muito mais perigoso, a Al Qaeda vai regressar ao Afeganistão em breve". Joe Biden tomou uma decisão que vai prejudicar a América e o lugar que ocupa no mundo e entre os aliados ao mesmo tempo que vai encorajar os inimigos, e para quê?", afirma.

De Londres, Berlim e Bruxelas assim como por todo o espectro político europeu chovem as críticas à decisão norte-americana de terminar a retirada do Afeganistão no final de agosto acordada pelo anterior presidente Donald Trump.

A deputada trabalhista, Harriet Harman, ocupou uma posição de destaque no governo do antigo primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

“É surpreendente que Joe Biden não tenha questionado o acordo de Trump. O que está em jogo é o receio de que o povo do Afeganistão regresse a um regime altamente opressivo", diz a deputada da oposição.

Muitos militares britânicos perderam a vida no Afeganistão, enquanto o Reino Unido cooperava com os Estados Unidos, uma relação descrita por muitos britânicos como especial que no entanto, gera agora críticas ao longo de todo o espectro político britânico.

“Claro que não reflete bem na aliança ocidental, na NATO, no Reino Unido e nos Estados Unidos", afirma Harriet Harman.

O repórter da euronews acrescenta: 

“Nos últimos 20 anos, mais de 150 mil soldados britânicos, marinheiros, pilotos, homens e mulheres, trabalharam para tornar o Afeganistão mais seguro. Muitos contudo interrogam-se agora se estes sacrifícios não terão sido feitos em vão".

O deputado conservador Andrew Bridgen não tem dúvidas.

"Trata-se do maior desastre de política externa para o ocidente na minha vida... a política de Trump era a América primeiro, e isso é aceitável. Mas a política de Biden parece ser só a América. Para o líder do mundo livre, é algo inaceitável", afirma Bridgen.

O encontro do G7 foi uma oportunidade para o presidente norte-americano reclamar uma narrativa de cooperação e colaboração com os aliados britânicos e europeus.

A questão é saber quais os danos de longo prazo à reputação internacional da América provocados pela decisão de retirar do Afeganistão. Enquanto isso, em Cabul a contagem decrescente já começou.

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