A Argélia cortou relações diplomáticas com Marrocos e acusa o país vizinho de promover o conflito.
A Argéliacortou relações diplomáticas com Marrocos. O país acusa os serviços de segurança e informação do Estado vizinho de espalharem rumores e informações "maliciosas e inflamatórias" contra a Argélia, o seu povo e os seus líderes e de promoção do conflito.
O ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, afirmava que o seu país "rejeita este tipo de ações e comportamentos, esta lógica de factos consumados e políticas unilaterais que têm consequências desastrosas para os povos da região do Magrebe. A Argélia rejeita a manutenção de uma anormalidade que mergulha os países do Magrebe num estado de constante insegurança", afirmava Ramtane Lamamra.
Marrocos nega as acusações e lamenta a decisão tomada pelas autoridades argelinas, que considera injustificada ainda que esperada.
Em comunicação televisiva o Rei Mohammed VI afirmava que Marrocos, "como outros países do Magrebe Árabe", enfrenta uma "agressão deliberada e premeditada". Acusava a Argélia de ter "posições preestabelecidas e considerações obsoletas", e acrescentava que os "inimigos da integridade territorial" deste reino não querem que ele "continue a ser a nação livre, forte e influente que sempre foi".
Marrocos apoiou a Argélia durante os últimos grandes incêndios mas relações entre os dois países têm vivido grandes momentos de tensão sobretudo devido à questão do Saara Ocidental. A Argélia reconheceu, em 1976, a autoproclamada República Árabe Sarauí Democrática (RASD), pelos independentistas da Frente Polisário. Em julho deste ano Marrocos apoiava, pública e explicitamente, um alegado direito à autodeterminação do povo Cabila, que habita o norte da Argélia.
O que também criou mais tensão nas já tensas relações foi a normalização das relações entre Marrocos e Israel, sob os auspícios dos EUA, e tendo como contrapartida do reconhecimento da "soberania" marroquina sobre aquele território, pelos norte-americanos.