Comunidade internacional critizca desfasamento entre palavras e atos do governo talibã no Afeganistão
Diplomacia europeia aumenta pressão sobre o novo governo talibã no Afeganistão. Sobem também de tom as críticas às primeiras medidas públicas. Esta segunda-feira, no Qatar, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros manifestou-se desapontado pelas promessas não cumpridas pelo governo de Cabul.
Para Jean-Yves le Drian, a resposta do governo talibã "não está à altura das expectativas" criadas. "Pensámos que as circunstâncias poderiam trazer um governo inclusivo. Não foi o caso. Tem havido declarações, ainda não houve actos," afirma.
A Europa pede mais inclusão e o chefe da diplomacia alemã estabelece a bitola para uma possível cooperação. "Exigimos dos Talibãs o respeito pelos direitos humanos básicos, particularmente pelos direitos das mulheres e das minorias. Isto será a base para nós e para os nossos parceiros na determinação do nosso futuro envolvimento com um novo governo afegão - inclusive para um possível desenvolvimento," declarou Heiko Mass.
O futuro do Afeganistão foi tema central do Conselho de direitos humanos da ONU. A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou-se preocupada com as provas de perseguições e assassinatos e outras violações dos direitos humanos que chegam do terreno.
Michelle Bachelet pede que estes crimes tenham consequências imediatas, "incluindo para os indivíduos que ordenam e dirigem esses ataques"
Para a Alta Comissaria, o Afeganistão vive uma "fase nova e perigosa". Bachelet junta-se às críticas ao governo Talibã por um desfasamento entre as palavras e as acções.