Complexo de cobre espera contribuir para a transição energética
Em 1949, uma expedição soviética na Sibéria que procurava urânio encontrou um vasto depósito de cobre. Mais de 70 anos depois, o complexo de minas no Extremo Oriente russo, entre o Lago Baikal e o Oceano Pacífico, está prestes a funcionar. Com a importância do cobre em alternativa ao carbono, o local pode tornar-se num polo central para a transição energética.
Com mais de 26 milhões de toneladas de cobre, a mina situada a cerca de 6.500 km a leste de Moscovo afirma ser o maior depósito inexplorado na Rússia e o terceiro maior do mundo. Para desenvolver o projeto, a Udokan Copper - que adquiriu a licença em 2008 e faz parte da holding USM do bilionário Alisher Usmanov - angariou quase 2,5 mil milhões de euros de bancos russos. A empresa aproveitou as condições preferenciais concedidas para o desenvolvimento do Extremo Oriente da Rússia, uma região negligenciada e isolada.
O preço do cobre, apelidado de "novo ouro negro", subiu a máximos históricos este ano e não mostra sinais de abrandamento. O metal desempenha um papel fundamental nas energias renováveis e tecnologias verdes, por causa das propriedades de condutividade térmica e eléctrica.
Os principais alvos da Udokan Copper são os mercados asiáticos, particularmente a China, Coreia do Sul e Japão, onde a procura é elevada.
Para chegar a esses mercados, a empresa confia na linha férrea Baikal-Amur Mainline (BAM). A linha foi construída no início da década de 1980 para extrair a riqueza mineral da região.
Ao longo dos anos, cerca de 4 mil pessoas chegaram da Sibéria e das antigas repúblicas soviéticas para trabalhar na mina.