Incêndio deflagrou pelas 09 horas da manhã em Kemerovo, no centro da Rússia, onde foi instalado um centro de emergência. Operações prosseguem
Pelo menos 46 pessoas morreram e 35 continuam incontactáveis após atualização esta sexta-feira ao impacto de um incêndio na quinta-feira na ventilação de uma mina de carvão da Rússia. Cerca de 50 pessoas tiveram de ser hospitalizadas, incluindo quatro em estado grave.
A atualização agrava o primeiro balanço de 11 mortos, poucas horas após o incidente.
A mina de Listvyazhnaya localiza-se na região de Kemerovo, no centro do país, mais de 3.600 quilómetros a leste de Moscovo.
De acordo com o governo regional, citado pela agência TASS, das 285 pessoas que se pensa que estivessem dentro da mina à hora do incidente, pelo menos 239 foram resgatados, somando já esta sexta-feira também um elemento das equipas de busca e resgate, que terá ficado inconsciente devido aos gases que preenchem a mina.
"O estado [de saúde] é grave. Ele está na unidade de cuidados intensivos. Foi previamente diagnosticado com hipotermia, envenenamento por gases de combustão, desidratação, intoxicação grave de primeiro grau. Não se lembra de nada, perdeu a consciência duas vezes. Como saiu, não consegue explicar, talvez por estar ainda em choque", contou Alexander Adelyan, médico-chefe adjunto do Centro de Saúde dos Mineiros de Kuzbass, citado pela TASS.
Autoridades de supervisão nuclear siberianas relataram a ocorrência de um fogo e de pelo menos uma explosão nos acessos de ventilação da mina pelas 09 horas da manhã locais (02 horas da manhã em Lisboa) de quinta-feira.
De acordo com uma fonte citada pela TASS, na origem do fogo estará pó de carvão que se terá incendiado a cerca de 250 metros de profundidade, num dos acessos de ventilação da mina.
A região de Kemerovo já tinha sido afetada por um trágico incêndio em 2018 quando o incêndio num centro comercial, que provocou pelo menos 64 mortos, a maioria crianças.
O incêndio no "shopping" motivou luto nacional e levou o então governador regional, Aman Tuleyevm a pedir a demissão numa carta endereçada ao Presidente Vladimir Putin.