Defensores dos direitos humanos acusam o Comité Olímpico Internacional de legitimar os "abusos" da China
Horas antes da entrega da chama olímpica em Atenas, ativistas dos direitos humanos pediram à comunidade internacional, patrocinadores e atletas para boicotarem os Jogos olímpicos de Inverno.
Acusam o governo chinês de praticar repressão religiosa, tortura, esterilização e erosão cultural através da reeducação forçada.
Zumretay Arkin, diretora do Congresso Mundial Uigur, diz que neste momento há milhões de pessoas que pertencem a esta minoria muçulmana e que sofrem em campos de concentração do século XXI, onde são sujeitos a “tortura, abuso sexual, maus-tratos, separação forçada de famílias e trabalhos forçados".
Pema Doma, da organização “Estudantes para um Tibete Livre”, considera que é inconcebível a ligação da comunidade internacional com o COI (Comité Olímpico Internacional) no acolhimento dos Jogos de Inverno em Pequim. Para os ativistas, o COI está a legitimar os abusos da China.
Tem havido críticas internacionais generalizadas ao tratamento dado pela China aos muçulmanos Uigur na região noroeste chinesa de Xinjiang, bem como à repressão dos manifestantes em Hong Kong e às suas políticas em relação ao Tibete e a Taiwan.
Mas o COI - que também atribuiu os Jogos Olímpicos de Verão de 2008 a Pequim - afastou-se da questão, dizendo que está fora das suas funções.
Os Jogos de Inverno realizam-se de 4 a 20 de fevereiro. Apenas espetadores da China continental serão autorizados a assistir.