Frances Haugen foi consultada por uma comissão parlamentar do Reino unido que prepara legislação para o mercado digital britânico
A denunciante da Facebook voltou a acusar a rede social de Mark Zuckerberg de promover o ódio para fazer dinheiro. Frances Haugen foi consultada por deputados britânicos que trabalham num projeto-lei para regular o mercado digital.
O Reino Unido está a preparar novas regras para a Internet e a opinião da denunciante do Facebook foi considerada um dado importante antes do projeto-lei ser colocado a votação no parlamento, em Westminster.
Frances Haugen explicou que "instigar o ódio é o meio mais fácil para gerar interações" numa rede social e "quanto mais interações um anúncio na Facebook tiver mais barato fica para o anunciante".
"Nós não inventámos o ódio. Não inventámos a violência étnica. Mas essa não é a questão. A questão é: o que está a Facebook a fazer para amplificar ou para expandir o ódio ou a violência étnica?", disse Haugen perante os deputados.
Questionada pelo conservador Damian Collins, presidente da comissão parlamentar conjunta, se a rede social estava a contribuir para agravar o ódio existente, Frances Haugen foi perentória: "Sem dúvida, está a torna-lo pior".
A denunciante apontou o dedo também aos populares grupos do Facebook, perigosos devido ao uso de "algoritmos que procuram utilizadores com interesses populares para os pressionar com interesses mais extremistas".
Haugen avisa que a Facebook usa estes grupos para extremar as opiniões dos utilizadores e promover as referidas interações.
A denunciante alerta ainda contra a rede social Instagram, "o maior perigo da para os adolescentes" por estar constantemente a promover a "competição social e estética" entre os utilizadores.