Um estudo da Universidade de Leeds revela que, nos últimos 40 anos, o degelo da Gronelândia tem sido mais frequente e intenso, aumentado o nível do mar e o risco de inundações. #COP26
Em toda a Gronelândia há gelo suficiente para fazer subir o nível do mar cerca de 7,5 metros em todo o mundo. Na última década, derreteram três mil e quinhentos milhões de toneladas, fazendo as águas subir um centímetro.
O fenómeno é mais intenso e frequente de há 40 anos para cá, revela um estudo liderado pela Universidade de Leeds publicado esta segunda-feira.
A glaciologista Alexandra Messerli alerta para algo a que os cientistas chamam "amplificação do Ártico", com a região "a aquecer entre duas e três vezes mais depressa do que outras áreas do globo".
O que acontece na Gronelândia, avisa a investigadora, "é uma espécie de indicador do que está para acontecer em outros lugares".
Os efeitos do aquecimento global na Gronelândia são já visíveis, conforme explica o hidrologista Arno C. Hamman.
"O gelo marinho desapareceu de forma acentuada ao longo das últimas décadas. Quase setenta por cento em termos de volume. O gelo é muito branco, muito refletor e reflete muita luz solar de volta para o espaço. Portanto, quando o gelo marinho é substituído pelo oceano escuro, ele absorve luz solar adicional. Esta é em parte a razão pela qual o Ártico está a aquecer muito mais".
As calotas de gelo estão a derreter mais depressa do que nunca, afirmam os investigadores. E mesmo que pudéssemos parar completamente as alterações climáticas agora, o degelo iria continuar por algum tempo.
No entanto, uma ideia reúne também consenso entre os cientistas: quanto mais cedo pararmos as emissões de gases com efeito de estufa que aquecem a terra, mais rapidamente as calotas de gelo vão poder tentar encontrar um novo equilíbrio e sobreviver.