Eleições presidenciais na Bulgária

Os búlgaros são chamados às urnas, no próximo domingo para escolher o próximo presidente. Um cargo que, no país, tem um cariz quase cerimonial já que mesmo o poder de veto é limitado. Ainda assim, o atual chefe de Estado, Rumen Radev, que concorre a um novo mandato, como independente, tem assumido um papel mais ativo o que não tem agradado a muitos.
Um correspondente da euronews, Damian Vodenitcharov, explicava que durante um "amargo confronto entre as instituições mais poderosas da Bulgária, o Ministério Público atacou o gabinete do presidente, o que resultou numa onda de protestos antigovernamentais no verão de 2020. Rumen Radev foi criticado pelos seus rivais políticos por se ter encontrado com alguns dos manifestantes".
Slavi Vassilev ex-conselheiro presidencial e analista político referia que Radev deu à presidência um novo folego, fortaleceu-a, ele "cumpriu o papel da instituição presidencial. (...) e reconheceu as exigências da multidão como legítimas", apoiando "os protestos. Isto torna-o um ator chave no panorama político da Bulgária. Apesar de não deter o poder como o primeiro-ministro", esclarecia.
Radev foi acusado, pelos seus rivais, de dividir a Nação para tirar dividendos. Ainda assim, há outros atores políticos que têm sido mais recetivos às exigências dos manifestantes num país onde o panorama político permanece muito fragmentado, Fragmentado ao ponto de ser impossível formar um governo de coligação. Para Vassilev "a mensagem de mudança tem sido a peça central da política búlgara no último ano. Os partidos políticos no parlamento reconheceram que ela é uma base sólida que poderia unir os vários partidos no parlamento".
Mas a mudança ainda não aconteceu. Radev lidera as sondagens mas não se espera uma vitória esmagadora o que faz antever uma segunda volta no escrutínio.