O grupo Shell anunciou a intenção de mudar a sede dos Países Baixos para o Reino Unido e deixou o governo holandês "desagradavelmente surpreendido".
O gigante anglo-holandês dos combustíveis, Shell, anunciou que tenciona transferir a sua sede dos Países Baixos para o Reino Unido. A notícia deixou o governo de Amesterdão "desagradavelmente surpreendido".
A Shell fala de simplificar a estrutura e alinhar a residência fiscal com o país no qual o grupo está registado. Amesterdão questiona-se sobre o impacto da mudança no emprego e no investimento estratégico.
"Estamos em discussões com a Shell sobre as implicações desta transferência em termos de empregos, decisões estratégicas de investimento ou sustentabilidade", escreveu o ministro dos Assuntos Económicos, Stef Blok, no Twitter.
Os acionistas serão convidados a votar a 10 de dezembro numa assembleia-geral, em Roterdão, sobre as alterações propostas, que incluem também a criação de uma única série de ações, enquanto que o grupo estava anteriormente cotado em ações de classe A e classe B.
Um porta-voz do grupo disse à AFP que os acionistas votarão sobre se devem pôr fim à exigência do grupo de estar sediado nos Países Baixos, o que pode significar a sua transferência para o Reino Unido.
As ações de classe A do grupo subiram 2,22%, na segunda-feira de manhã, na Bolsa de Londres, enquanto que as ações de classe B subiram 1,91%.
A Shell garante que as suas ações permanecerão cotadas em Amesterdão, Londres e Nova Iorque; que se "orgulha da sua herança anglo-holandesa" e continuará a ser "um empregador importante e a manter uma presença significativa nos Países Baixos".
A mudança implica que o "Royal Dutch" será retirado do nome pela primeira vez em 130 anos.