98 candidatos vão disputar as presidenciais na Líbia em dezembro, inlcuindo muitos responsáveis pelo caos da última década
Há 98 candidatos às presidenciais na Líbia. A corrida eleitoral está marcada para 24 de dezembro, com muitos dos candidatos ligados ao caos da última década.
O primeiro-ministro interino, Abdulamid Dbeibah, é apontado como um dos principais candidatos à presidência, depois de nos últimos meses ter tomado medidas populistas, incluindo projetos de infraestrutura e apoios para jovens recém-casados.
Dbeibah, de 63 anos, vem de uma das famílias de empresários mais ricas da Líbia, mas não era uma figura proeminente por direito próprio até que o fórum político da ONU o escolheu para liderar o governo interino que supervisionava as eleições.
O primeiro-ministro interino ainda não disse publicamente por que razão decidiu quebrar a promessa que fez quando foi nomeado, de que não teria nenhum papel na eleição.
Dbeibah pode vir a ser desqualificado como candidato porque a lei obriga a renunciar ao cargo três meses antes da votação – condição que o atual primeiro-ministro interino não cumpriu.
Outro candidato é Khalifa Haftar, chefe do autoproclamado Exército Nacional da Líbia. O marechal é apoiado pela Rússia, Egito e Emirados Árabes Unidos, e contestado por muitos no oeste do país, pela devastadora ofensiva que levou a cabo no ano passado, em Trípoli.
Haftar anunciou a candidatura dois dias depois do filho do antigo líder líbio Saif al-Islam Kadhafi ter feito o mesmo na cidade de Sabha.
Haftar e Ghhadafi estão ambos acusados de crimes de guerra.
As eleições são uma das exigências feitas pelas Nações Unidas (ONU) no ano passado, como parte do plano para acabar com a guerra civil. O processo também levou à formação do governo de unidade interino de Abdulhamid Dbeibah, que agora se apresenta como candidato à presidência.
Estas eleições são consideradas um marco no processo político para reconstruir a Líbia depois de uma década de caos, que resultou da revolta popular, apoiada pela NATO e que derrubou Muammar Kadhafi, em 2011. O processo contempla ainda eleições legislativas, previstas para janeiro próximo.