Julgamento de tragédia em discoteca brasileira arranca nove anos depois

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De  Teresa Bizarro  com LUSA, AFP
Mural com as 242 vítimas mortais do incêndio na discoteca Kiss. Porto Alegre, Brasil
Mural com as 242 vítimas mortais do incêndio na discoteca Kiss. Porto Alegre, Brasil   -  Direitos de autor  SILVIO AVILA/AFP

242 mortos e 636 feridos. As vítimas do incêndio da discoteca Kiss, na cidade brasileira de Santa Maria, são lembradas num mural improvisado à porta do Tribunal de Porto Alegre, no Brasil. Quase nove anos depois arranca o julgamento dos quatro réus do processo: os dois sócios da discoteca, e o vocalista e o produtor da banda que estava a atuar no momento do fogo.

A chamas terão tido origem num dispositvo pirotécnico usado em palco. A difícil evacuação provocou a morte por asfixia da maioria das vítimas. Dezenas de corpos foram encontrados empilhado junto às portas de saída.

As famílias querem que os responsáveis enfrentem consequências

"O que eu queria é que essa justiça seja feita, que quem cometeu isso seja condenado," diz Madalena Tagliapietra, mãe de uma das vítimas, aos jornalistas.

O incêndio ocorreu a 27 de janeiro de 2013. Dentro da discoteca estava cerca de mil pessoas. A maioria jovens estudantes universitários. Depois da tragédia, o Governo brasileiro aprovou uma lei que endurece as exigências de segurança para a concessão de licenças de atividade para estabelecimentos públicos em todo o país.

Em 2016, um tribunal de Santa Maria determinou que os réus fossem a julgamento popular em Porto Alegre, capital regional do estado do Rio Grande do Sul, mas a defesa interpôs um recurso em 2017 que veio entrentanto a perder.

Os quatro réus vão responder aos sete membros do júri popular pelos 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio. O julgamento, que ouvirá 10 sobreviventes, cinco testemunhas de acusação e 19 testemunhas de defesa, pode durar cerca de duas semanas.