Um incêndio em 2013 provocou a morte a 242 pessoas. Quatro arguidos sentam-se no banco dos réus, incluindo os sócios da discoteca de Santa Maria, no Estado de Rio Grande do Sul
242 mortos e 636 feridos. As vítimas do incêndio da discoteca Kiss, na cidade brasileira de Santa Maria, são lembradas num mural improvisado à porta do Tribunal de Porto Alegre, no Brasil. Quase nove anos depois arranca o julgamento dos quatro réus do processo: os dois sócios da discoteca, e o vocalista e o produtor da banda que estava a atuar no momento do fogo.
A chamas terão tido origem num dispositvo pirotécnico usado em palco. A difícil evacuação provocou a morte por asfixia da maioria das vítimas. Dezenas de corpos foram encontrados empilhado junto às portas de saída.
As famílias querem que os responsáveis enfrentem consequências
"O que eu queria é que essa justiça seja feita, que quem cometeu isso seja condenado," diz Madalena Tagliapietra, mãe de uma das vítimas, aos jornalistas.
O incêndio ocorreu a 27 de janeiro de 2013. Dentro da discoteca estava cerca de mil pessoas. A maioria jovens estudantes universitários. Depois da tragédia, o Governo brasileiro aprovou uma lei que endurece as exigências de segurança para a concessão de licenças de atividade para estabelecimentos públicos em todo o país.
Em 2016, um tribunal de Santa Maria determinou que os réus fossem a julgamento popular em Porto Alegre, capital regional do estado do Rio Grande do Sul, mas a defesa interpôs um recurso em 2017 que veio entrentanto a perder.
Os quatro réus vão responder aos sete membros do júri popular pelos 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio. O julgamento, que ouvirá 10 sobreviventes, cinco testemunhas de acusação e 19 testemunhas de defesa, pode durar cerca de duas semanas.