Maria Ressa e Dmitry Muratov recebem em Oslo Nobel da Paz

Esta sexta-feira é dia de entrega, em Oslo, do Nobel da Paz 2021. Os vencedores foram os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov pelo seu trabalho, muitas vezes complexo, de informar em regimes como as Filipinas e a Rússia.
Para Ressa, governos como o de Filipe Duterte são piores para os jornalistas do que os ditadores. "É como ter a espada de Dâmocles pendurada sobre a cabeça, de certa forma é mais fácil trabalhar sob uma ditadura", dizia a jornalista acrescentando que sob a administração de Suharto na Indonésia, por exemplo, se sabe "o que está errado, o que é perigoso e o que não é". Mas que nas Filipinas, as leis existem mas exercem-se os direitos, contam-se as histórias mais difíceis por sua "conta e risco".
Dmitry Muratov frisava que, ainda assim, é importante continuar este trabalho e lutar pela Democracia em todo o mundo. "A Democracia precisa de reabilitação", explicava o jornalista. "A descrença numa Democracia significa que, com o tempo, as pessoas que viram as costas à Democracia obterão um ditador e a ditadura conduz à guerra. Esse é o próximo passo. Portanto, sejamos diretos: se recusarmos a democracia, concordamos com a guerra", afirmava Muratov.
Este ano, e como no ano passado, as cerimónias de entrega dos Nobel, habitualmente entregues pela Suécia em Estocolmo, têm decorrido em várias cidades devido à crise criada pela Covid-19. O comité Nobel norueguês, responsável pelo Nobel da Paz, decidiu manter a cerimónia em Oslo, apesar de uma incidência mais elevada de Covid.