De que fontes de energia dependem diferentes Estados-membros?

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França, por exemplo, apoia-se no nuclear enquanto Itália está mais dependente do gás natural

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A proposta recente da Comissão Europeia - de rotular o gás natural e o nuclear como energias "verdes" ao abrigo da chamada taxonomia da União Europeia (UE) - reacendeu divisões dentro do bloco comunitário em relação ao que deve, ou não, ser considerado como uma fonte sustentável ​​de energia.

No ano passado, quando Bruxelas apresentou a taxonomia da UE - um sistema europeu que identifica as atividades que contribuem para a transição "verde" - o gás natural e a energia nuclear estavam ausentes.

De acordo com o gabinete de estatísticas da União Europeia, Eurostat, em 2019 o gás natural representou 22,3% do mix energético do bloco comunitário e o nuclear 13,1%, mas os números variam entre os Estados-membros.

Analisamos, de seguida, quais são as fontes de energia de que vários países europeus mais dependem.

França

Com Paris a pressionar para que a energia nuclear seja rotulada como "verde", não é surpresa que esta seja a fonte de energia primária no país, representando 41,1% em 2019. O gás natural surge em terceiro lugar, com uma fatia de 14,8%, logo após derivados do petróleo, que representam 31,2% do mix energético do país. Os combustíveis fósseis sólidos, como o carvão, foram os menos usados (3,6%). Já as energias renováveis representaram 11,2%.

Alemanha

O maior Estado-membro da UE e o maior poluidor diz que a energia nuclear não deve ser considerada "verde", mas no governo de coligação alemão há quem queira que o gás seja incluído na processo de transição do bloco comunitário para as energias renováveis. Tal como acontece em França, não surpreende que o gás natural tenha representado 24,4% do mix energético do país em 2019, atrás dos produtos petrolíferos, na liderança com 36%. A energia nuclear na Alemanha é a fonte menos utilizada (6,2%), com a eliminação prevista para 2022. As energias renováveis ​​surgem em quarto lugar (14,6%), atrás dos combustíveis fósseis sólidos, com 19,6%.

Itália

O gás natural representou mais de um terço da energia total disponível em Itália (38,6%) em 2019. O país é um dos principais utilizadores desta fonte de energia na União Europeia. A energia nuclear, por outro lado, nem sequer foi usada, depois da eliminação por causa do desastre nuclear de Chernobyl no final dos anos 1980. As energias renováveis, por outro lado, representaram 18,7%, atrás dos produtos derivados do petróleo, com uma fatia de 35,9% do mix energético de Itália.

Espanha

Madrid opõe-se totalmente aos planos de Bruxelas de incluir energia nuclear e o gás natural na taxonomia "verde", alegando que isso envia uma mensagem errada e que "não faz sentido". Em 2019, o uso destas fontes de energia por parte de Espanha ficou-se respetivamente pelos 11,4% e 23,1%. Mas com os planos de eliminar a energia nuclear até 2035 e de aumentar o uso de energias renováveis ​​de 13,7%, esta proporção deverá diminuir significativamente nos próximos anos. No entanto, o país terá pela frente a difícil tarefa de se livrar do petróleo e derivados. O crude representou quase metade do mix energético (47,2%).

Portugal

À semelhança de Itália, Portugal não tem reatores nucleares e opõe-se a qualquer expansão da tecnologia. No entanto, o uso de gás natural representou mais de um quinto do portfólio energético do país em 2019 (21,3%). As energias renováveis, por outro lado, contribuíram para quase um quarto do mix energético português (24,4%). Tal como em Espanha, os produtos à base de petróleo têm um grande impacto, representando 47,4%, o que mostra como será difícil reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Os dados são do Eurostat.

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