Britânicos reforçaram vigilância sem dar ouvido aos apelos franceses para uma política enquadrada de migração
A Grã- Bretanha apertou a vigilância no Canal da Mancha, mas imagens recentes mostram que as travessias ilegais continuam. Em barcos pouco ou nada preparados ou clandestinos em camiões que saem da Europa Continental, muitos migrantes continuam a tentar a sorte.
No ano passado, quase metade das tentativas falharam. Mesmo assim, o número de migrantes que chegaram à costa britânica triplicou face ao ano anterior.
Os números já tinham sido avançados pela comunicação social britânica e que foram confirmados esta sexta-feira pelo governo de Londres.
À chegada ao Reino Unido, os camionistas arriscam multas até aos 2400 euros se levarem clandestinos -- mesmo que se prove que nada têm a a ver com o transporte.
A ministra britânica do Interior anunciou ter mandatado o Ministério da Defesa como "parceiro operacional crucial" na protecção da passagem.
A Marinha deverá ter o controlo das operações e de acordo com a imprensa está na mesa o repatriamento de cidadãos para países como o Gana ou o Ruanda.
O assunto divide claramente os governos britânico e francês. Um desacordo que atingiu o pico em Novembro passado, quando pelo menos 27 pessoas morreram num naufrágio no Canal da Mancha.
Ainda esta semana Emmanuel Macron exigiu que o Reino Unido acolhesse mais migrantes. O presidente francês chegou mesmo a acusar o executivo de Boris Johnson de encorajar deliberadamente as travessias ilegais para alimentar a economia paralela e fomentar uma "horrível situação humanitária".