Apesar dos avisos para saírem do país na iminência de ser invadido pela Rússia, vários cidadãos estrangeiros a residir na Ucrânia decidiram ficar e contam porquê.
A ameaça de uma invasão russa e os alertas da Casa Branca têm agitado o aeroporto de Kiev. Dezenas de cidadãos norte-americanos residentes na Ucrânia responderam ao apelo de Washington e estão a abandonar o país. Mas há quem tenha decidido ficar.
Para Thomas Jones, um professor de inglês de origem britânica e casado com uma ucraniana. uma mudança repentina de vida é um passo difícil de dar.
"As pessoas pensam que, por ser expatriado, posso simplesmente pegar nas coisas e partir. Muitas pessoas como eu já fizeram a vida aqui. Não é como se tivesse chegado ontem, estivesse de férias durante uma semana e pudesse voltar para Inglaterra. Ainda tenho família em lá. Mas tenho 52 anos , não tenho 18, e não andar a dormir em sofás c om a minha mulher em Inglaterra. Há várias coisas a ter em conta. Claro que, se isto aqui ficar realmente sério, é preciso pensar na decisão acertada", conta o docente.
Um bluff da Rússia?
A viver na Ucrânia desde 1992, o norte-americano Andrew Kinsel acredita que tudo não passa de um bluff da Rússia. Consultor de profissão, reside no país com a mulher e duas filhas, e diz que, no atual cenário de aparente normalidade, o plano é ficar.
"Não há filas para comprar gás, nas lojas, as pessoas estão a comprar as coisas normalmente, sem corridas à farinha ou a coisas desse género, a vida está a decorrer dentro da normalidade. Penso que todos esperamos que daqui a um ano, ou daqui a alguns meses, a algumas semanas, ou talvez mesmo esta semana, haja algum tipo de solução global e a situação se torne menos tensa", afirma.
Há menos de uma semana, Joe Biden avisou que "a situação [na Ucrânia] pode sair de controlo rapidamente". O Departamento de Estado norte-americano informou ainda que, após uma invasão da Rússia, o governo dos Estados Unidos não vai retirar cidadãos do território.