Estrangeiros deixam Ucrânia com medo de guerra

Enquanto a Rússia, a Ucrânia e as potências do Ocidente prolongam as discussões e se mantém o braço-de-ferro, com a acumulação de tropas, tanto da Rússia como da NATO, em zonas próximas da fronteira ucraniana, há quem se antecipe a uma eventual guerra e prefira deixar Kiev.
"Vou embora por causa da situação e porque tenho amor à vida. A melhor escolha que alguém pode fazer, neste momento, é deixar a Ucrânia", diz Aimrane Bouziane, turista marroquino de partida.
Outros estrangeiros são mais otimistas e não vêm razão para se irem embora. Denis Lucins é norte-americano e é treinador de futebol na Ucrânia. "Pessoalmente, não acho que vá acontecer alguma coisa, mas infelizmente ninguém pode ler a mente de Vladimir Putin", diz.
O Presidente da Rússia insiste que não tem qualquer intenção de invadir a Ucrânia e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia emitiu uma nota em que acusa os observadores norte-americanos e britânicos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) de estarem deixar o leste da Ucrânia, alimentando assim a "psicose coletiva" em torno de uma possível invasão russa.
O chanceler alemão Olaf Scholz reúne-se esta segunda-feira com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e vai a Moscovo falar com Putin na terça-feira.
"Há que ser claro e dizer sem rodeios que, no caso de haver uma agressão militar à Ucrânia que ponha em risco a sua integridade territorial e soberania, isso vai levar a respostas firmes e sanções que foram cuidadosamente planeadas, que podem tornar-se efetivas imediatamente", disse o líder do governo germânico.
A escalada militar avança dos dois lados. Enquanto a Rússia tem cerca de 100 mil soldados estacionados perto da fronteira ucraniana, tanto do lado russo como na vizinha e aliada Bielorrússia, a NATO aumenta também o poderio militar nos países membros e vizinhos da Ucrânia, nomeadamente na Polónia.
A Lituânia está a enviar equipamento militar para reforçar o exército ucraniano.
Vladimir Putin tem como principal reivindicação a garantia de que não haverá alargamento da NATO até às fronteiras russas, nomeadamente à Ucrânia.