"Se não ganharmos esta guerra, a Ucrânia será destruída"

Rússia e a Bielorrússia realizam exercícios militares conjuntos junto à fronteira norte da Ucrânia. Kiev prepara-se para fazer o mesmo e ainda esta semana deve iniciar os treinos no terreno.
Na região de Donbass, as trincheiras começaram a ser construídas há 8 anos. A neve que lhes cobre o chão em Popasna está longe dos tapetes vermelhos estendidos aos líderes ocidentais enquanto procuram uma solução diplomática para a crise actual.
Os soldados de um batalhão estacionado perto desta cidade ucraniana no leste do país mostram-nos a realidade em que têm vivido.
"Eu vim para aqui porque a guerra começou e temos de defender o nosso país," conta-nos Vlad. Tem 22 anos e este é o segundo destacamento na região de Donbass. Omitimos o apelido por razões de segurança.
Antes de 2014, quando os separatistas assumiram o controlo do território, este jovem soldado sonhava em estudar medicina e tornar-se cardiologista. Pegar em armas, diz, foi uma obrigação.
"Se não ganharmos esta guerra, a Ucrânia será destruída. A Federação Russa - não, não é a Federação Russa -, Putin, quer criar a URSS 2. E isto é terrível," diz Vlad.
8 anos de conflito na região fizeram 14 mil mortos. Apesar da lutar ter chegado a um impasse, os bombardeamentos continuam. A partir de diferentes posições, soldados têm revelado à Euronews que a situação está calma por agora, mas que este é um conflito contínuo e que toda a ajuda militar que está a ser enviada para a Ucrânia ainda não chegou à região.
Segundo os serviços de informações ucranianos, há cerca de 35 mil independentistas do outro lado do conflito apoiados por soldados russos.
Uma informação que Moscovo sempre desmentiu. Com a mesma veemência que recusa qualquer intenção de invadir a Ucrânia apesar de já ter estacionado mais de 120 mil soldados na linha de fronteira.
À Euronews, Vlad diz esperar que a diplomacia prevaleça, mas reconhece que as tropas aqui estão a preparar-se para um resultado diferente.
Espero que as sanções possam travar esta guerra. Mas a federação russa não conhece a palavra. Só conhecem a força e o combate. E penso que se o nosso país se mantiver unido, podemos lutar contra a federação russa.