Zelenskyy lamenta destruição de Mariupol, separatistas falam em "libertação"

"Não resta nada de Mariupol." As palavras de Volodymyr Zelenskyy são ilustradas pelas imagens do aeroporto da cidade divulgadas pela televisão russa. A república autoproclamada de Donetsk reivindica o controlo de metade da cidade, ou nas suas próprias palavras, "50% do território foi libertado".
As imagens de satélite não mostram libertação, mas sim destruição. O cenário é desolador e, de acordo com o Presidente ucraniano, "restam na cidade 100 mil pessoas em condições desumanas" e sob "bombardeamentos constantes". Zelenskyy disse ainda que esta terça-feira as forças invasoras tinham capturado um comboio humanitário que tentava deixar Mariupol e que, apesar das dificuldades, mais de sete mil pessoas tinham conseguido sair da cidade.
A Procuradora Geral da Ucrânia diz que há prova de um genocídio em curso e que Mariupol "é uma cidade refém" onde é "impossível fazer chegar comida, água, eletricidade". Para Iryna Venediktova, "a Federação Russa sabe bem o que está a fazer aqui".
A única cidade relevante sob comando da Rússia é Kherson, onde se têm registado ações de protesto da população local. As forças russas não hesitam em recorrer às armas para dispersar a multidão e, segundo um denunciante do Serviço Federal de Segurança russo, o Kremlin tem planos para deter os manifestantes e transportá-los para a Rússia à força.
As separações forçadas são uma triste realidade da guerra. Em Odessa, enquanto mulheres e crianças partem para segurança, os homens ficam para trás a defender a cidade dos russos, proporcionando momentos de quebrar o coração.